Após RJ, Oi foca na cobertura 4G com refarming

Após a aprovação do plano de recuperação judicial, a Oi pretende agora direcionar os investimentos em infraestrutura e tecnologia para conseguir um retorno maior, especialmente na captura de novos clientes e no segmento pós-pago, além de procurar manter o cliente por meio de ofertas convergentes. A estratégia da companhia foi detalhada em evento para times de vendas da operadora em Campinas (SP) nesta quarta-feira, 17, e procura mostrar o encaminhamento da empresa para o aporte adicional de R$ 1,5 bilhão com o aumento de capital ao Capex garantido de R$ 5,5 bilhões, que será destinado especialmente para a cobertura de 4G via refarming, fibra (incluindo FTTH), além da transformação digital.

O diretor comercial da companhia, Bernardo Winik, lembra que houve um movimento atípico do churn móvel em 2017 devido a dois reajustes de preço, e que a tendência é que isso seja estável neste ano. E assim, pretende crescer "acima de dois dígitos" no pós-pago, especialmente com as ofertas convergentes com o fixo. "A gente olha que a concorrência vem crescendo em pós, e a gente não está crescendo. Com esse produto (a renovação de portfólio), e com a melhoria de oferta, experiência de uso, cobertura, a gente espera acompanhar a tendência", declara.

Por isso, a cobertura 4G para manter o cliente e capturar novos é fundamental para a operadora. A Oi está trabalhando para ampliar o refarming da faixa de 1,8 GHz, permitindo não apenas ter um maior alcance, mas também oferecer o LTE-Advanced por meio da agregação de portadoras com 2,5 GHz. Serão 26 cidades novas até o final do ano, com piloto já começando em Fortaleza (em julho, chegará à região metropolitana da capital cearense) e ainda neste segundo trimestre, em Salvador. Depois, a empresa implantará em capitais como João Pessoa, Recife, Natal, São Luís, Belém e Palmas, entre outras cidades. "A região Nordeste será grande beneficiada em 2018, os primeiros números mostram melhoria na experiência de uso", diz.

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Infraestrutura

Também está nos planos o compartilhamento de rede. Segundo Bernardo Winik, a Oi "continua conversando com TIM e Vivo" para isso (a operadora já conta com RAN-sharing em 2,5 GHz). Para outras frequências também há a possibilidade. "Ainda não tem nada para adiantar, mas é uma possibilidade que estamos estudando", declara.  Ele garante que a cobertura, mesmo sem a faixa de 700 MHz, tem potencial competitivo. "Temos menos número de cidades, mas quando olha a população coberta, temos 73%, o gap é bem menor quando se olha o número total", afirma.

Até por isso, a companhia prefere não contar com um eventual leilão de 700 MHz. "No momento em que acontecer o leilão, a gente vai olhar. Para a melhorar a cobertura, não precisamos. Claro que gostaríamos para cidades menores e cobertura em estrada, mas não sabemos das condições do leilão ainda", afirma Winik. De acordo com o diretor de produtos de mobilidade e conteúdos, Roberto Guenzburger, nos grandes centros urbanos a faixa de 700 MHz "gera interferência e piora a experiência de uso, porque é uma frequência muito baixa que vai muito longe". Ele explica que o uso de 1,8 GHz é uma "vantagem competitiva" no Nordeste.

Investimentos

O investimento em 4G também significa avanço na estratégia FTTH por conta da sinergia da infraestrutura, garante o diretor de produtos residencial e convergência, Ermindo Cecchetto. "O backbone é compartilhado (com os sites móveis), e todo o estudo de investimento que dividiu o País em 9 mil clusters – são mais do que o número de cidades – previu a demanda da banda larga fixa e móvel, e aí a gente vê a última milha, priorizando onde achamos que tem mais retorno de capital", diz. Em termos de acesso, metade do investimento será para a infraestrutura FTTH, e a outra para 4G.

Vale lembrar que a Oi espera conseguir a conversão de ações de acordo com o plano da RJ até o segundo trimestre, com o aporte de capital até o último trimestre. O mínimo garantido do aumento de capital é R$ 4 bilhões, mas o valor poderá crescer até R$ 12 bilhões.

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