A implementação de iniciativas que focadas em sustentabilidade está cada vez mais presente nas políticas institucionais das operadoras. A busca por novas formas sustentáveis que aliem economia, sustentabilidade e estratégia de negócios verdes, se mostram presentes nas grandes operadoras Vivo, Claro e TIM.
A operadora Vivo, em nove anos, diz que já reduziu em 90% suas emissões próprias de gases de efeito estufa, de escopos 1 e 2, com o uso de energia elétrica 100% renovável, frota com biocombustível e medidas de eficiência operacional.
A empresas diz que a sustentabilidade é um pilar fundamental da estratégia de negócios da Vivo, estabelecendo suas primeiras metas climáticas logo após o Acordo de Paris, em 2015.
"A Vivo foi a primeira empresa do setor, e do grupo Telefônica, fora da Europa, a consumir energia 100% de fontes renováveis, desde novembro de 2018 (um combinado entre geração distribuída, IRECs e Mercado Livre de energia). Atualmente, a empresa possui 72 usinas de geração distribuída de fontes solar (71%), hídrica (21%) e de biogás (08%) em todas as regiões do Brasil", explica a operadora ao TELETIME.
Crédito de Carbono
A empresa também iniciou há dois anos, uma ação junto aos 125 fornecedores carbono intensivos, dos mais diferentes segmentos, como equipamentos eletrônicos, equipamentos de redes, materiais de redes, transporte e logística.
A iniciativa oferece consultoria para que os fornecedores realizem seus inventários, estabeleçam metas e assumam compromissos alinhados à ciência. Entre os participantes, 87% deles já estão engajados em ações climáticas, diz a Vivo. O próximo passo será reconhecer os que se destacam.
Em 2024, a Vivo também diz que renovou seus compromissos ambientais e antecipou em 5 anos, para 2035, sua principal meta climática, que é atingir o net zero (zero emissões líquidas).
Ao mesmo tempo em que atua para reduzir emissões de CO2 nos três escopos, a Vivo compensa as emissões que ainda não pode evitar por meio do investimento em projetos de preservação e restauração da Floresta Amazônica no Amapá, Mato Grosso e mais recentemente, em Rondônia.
Também em 2024, a Vivo firmou parceria para a aquisição de créditos do REDD+ Manoa, localizado no município de Cujubim, em Rondônia. A iniciativa, desenvolvida pela Ambipar Environment, tem como foco o manejo florestal sustentável e refúgio para a biodiversidade.
"A área do projeto REDD+ Manoa tem mais de 72 mil hectares de floresta preservada que desempenha um papel fundamental na manutenção de "corredores ecológicos" mitigando impactos negativos da degradação da região. A Fazenda Manoa é refúgio para mais de 410 espécies de fauna", diz a operadora.
Por meio da compra de créditos de carbono, desde 2019, a Vivo já ajudou a preservar mais de 429 mil árvores em 805 hectares da Floresta Amazônica. Além disso, desde 2022, 20% do total de créditos adquiridos pela Vivo vêm de projetos de regeneração na Amazônia, percentual que vem aumentando gradativamente.
A aquisição de créditos de carbono em projetos de proteção e regeneração das florestas não traz economia de recursos para a empresa, mas contribui de forma relevante para a sua estratégia climática.
Metas atingidas
A operadora Claro, por sua vez, diz que a empresa já atingiu a meta de redução de emissões de gases de efeito estufa sem a necessidade de compra de créditos de carbono. No acumulado, desde a implementação das primeiras iniciativas até o momento, já foram evitadas mais de 400 mil toneladas de emissões de carbono (Co2eq), disse a operadora ao TELETIME.
A tele possui como principal iniciativa a 'Energia da Claro', que consiste em um programa de geração de energia distribuída e advindas de fontes renováveis para autoconsumo, que já conta com mais de 100 usinas em operação. A iniciativa conta com as duas maiores usinas da região Norte do País nesta modalidade, que foram recentemente inauguradas no Amazonas.
A Claro explicou que desde a sua implantação há sete anos, o programa se consolidou como referência na modalidade de autoconsumo remoto de energia. "Em 2023, considerando a soma das frentes de geração distribuída de usinas próprias e mercado livre, com a compra de energia limpa, o Energia da Claro forneceu à operadora mais de 1TWh (Terawatt-hora) e atualmente, com mais de 100 usinas compensando energia, já atende 75% de todo o consumo da empresa com energia renovável", disse a tele.
O programa conta com plantas geradoras em vários estados, como Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal.
E segundo a Claro, está em expansão com previsão de mais de 20 usinas a serem inauguradas nos próximos anos nas demais unidades federativas. Essa geração abastece mais de 25 mil unidades consumidoras e mais de 70% das antenas da operadora. A Claro segue descarbonizando todo seu sinal móvel em 20 estados do Brasil e conta com mais de 800 mil painéis solares instalados.
A operadora ainda atua em outras iniciativas que contribuem para a redução das emissões de Co2eq, como, logística reversa: mais de 4,7 mil toneladas de equipamentos foram recicladas diretamente pela Claro no ano passado e com a adição de que consiste em caixas reutilizáveis confeccionadas em material plástico sustentável, o ECOBOX, em substituição ao uso de caixas de papelão, vem contribuindo para abater o resíduo gerado por 600 mil caixas de papelão que eram usadas anualmente.
Parcerias
A operadora TIM também tem iniciativas que focam em sustentabilidade. Em janeiro de 2024, por exemplo, a tele firmou uma parceria com a GOL Linhas Aéreas para compensar as emissões de Gases de Efeito Estufa em viagens de trabalho realizadas por sua equipe.
A iniciativa compensou 232 toneladas de CO² emitidas em mais de 3,5 mil voos durante seis meses, afirmou a operadora na época. O montante equivale a quase 93 mil litros de querosene de aviação.
A ação é viabilizada pela Moss, uma climatech brasileira desenvolvedora de projetos de originação de créditos de carbono, e adota o mesmo sistema oferecido pela GOL para lientes pessoas físicas.
A compensação das emissões é feita utilizando créditos de carbono de REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal) que buscam a conservação da floresta Amazônica e sua biodiversidade e o desenvolvimento sustentável da comunidade local.
Consulta Pública
Na última terça-feira, 11, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) abriram consulta pública sobre o cenário da certificação de carbono no Brasil. A consulta pública vai até o dia 25 de abril.
Segundo o BNDES, desde 2005, duas certificadoras internacionais detêm 97% das certificações de crédito de carbono no Brasil. Na avaliação da instituição financeira, este cenário apresenta uma concentração do serviço em instituições estrangeiras, sem fins lucrativos.