Alloha Fibra fecha 2024 com primeiro lucro anual e prepara expansão

Fernando Stucchi, VP de Finanças, Auditoria & Compliance e Supply Chain da Alloha Fibra.

Dona das marcas Giga+ Fibra e Giga+ Empresas, a Alloha Fibra divulgou resultados financeiros do consolidado de 2024 nesta segunda-feira, 17, indicando o primeiro lucro anual na história da companhia: R$ 44,9 milhões.

Agora, após um ano de intensa arrumação na casa, a estratégia do grupo é buscar novas oportunidades de crescimento orgânico e via aquisições, revelou o vice-presidente de finanças, auditoria & compliance e supply chain da Alloha, Fernando Stucchi, em entrevista exclusiva ao TELETIME.

Em 2024, a operadora de telecom somou uma receita operacional líquida de R$ 1,68 bilhão, aumento de 4% frente ao ano anterior. Do montante, R$ 428 milhões foram apurados no último trimestre do exercício. A empresa somava até dezembro cerca de 1,7 milhão de assinantes.

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Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Alloha ficou em R$ 806 milhões no consolidado de 2024 (+15,9%), já considerando o resultado de aquisições, enquanto a margem Ebitda evoluiu para 46,6%, com avanço de três pontos percentuais. Também no ano passado, a companhia investiu R$ 432 milhões.

Passos tomados

"2024 foi um ano muito importante para a companhia como um todo, e o lucro traduziu esse trabalho", resumiu Stucchi. Entre os movimentos relevantes dentro da empresa estiveram a conclusão de uma ampla integração operacional das mais de 20 operadoras adquiridas ao longo dos últimos anos. O processo também envolveu a adoção da marca Giga+ Fibra.

A Alloha ainda retomou o processo de aquisições após quase dois anos de pé no freio das compras: no final de 2024, a empresa adquiriu a maranhense Atex Telecom. "Agora a gente volta com essa agenda de M&A olhando boas oportunidades e com a vantagem de ser uma empresa nacional com fibra no Brasil todo", afirmou o VP do grupo.

Presente em 22 estados brasileiros, a operadora vislumbra alvos adjacentes à sua rede de mais de 150 mil km e que também ofereçam sinergias com projetos assumidos pela Alloha junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a partir de recursos do Fust. A operadora contratou duas operações a partir do fundo no ano passado, totalizando cerca de R$ 340 milhões em recursos.

O montante compõe uma cifra maior de R$ 1,2 bilhão captados pela empresa ao longo do ano passado, sendo que os demais R$ 800 milhões ocorreram a partir de debêntures incentivadas no mercado. "Captamos dívidas de dez anos e quebramos um paradigma entre os provedores, porque captava-se dívida de sete anos", observou Stucchi.

Com as operações, a Alloha encerrou 2024 com um múltiplo de alavancagem (dívida líquida/Ebitda) de 2,8x, estável em relação em 2023 e considerado "confortável" pelo VP – inclusive por conta do alongamento da dívida atual. "Terminamos o ano com quase R$ 1 bilhão no caixa, o que dá tranquilidade para fazer o próximo ano de forma sustentável", adicionou.

Oportunidades

No cômputo geral, a empresa se considera "com a casa pronta" para seguir buscando oportunidades de crescimento tanto no orgânico quanto de forma inorgânica, mas de maneira guiada pela rentabilidade e pelo controle de caixa e endividamento.

Na busca por investimentos mais seguros no processo de consolidação, a Alloha avalia que o "mercado cada vez mais desafiador, com empresas tendo que fazer capex muito alto" tem influenciado operações à venda, levando a um movimento de correção de preços. "Cada vez mais a gente consegue encontrar players com múltiplos atrativos para as duas companhias", relatou o VP do grupo.

No caso da Atex, a aquisição também foi relevante do ponto de vista das adições de clientes. Dos cerca de 117 mil novos contratos trazidos pela Alloha em 2024, 63 mil foram oriundos da aquisição da empresa maranhense. Com a compra, o crescimento da base de assinantes do grupo foi de 7,5%, acima da média do mercado, notou Stucchi.

Outro ponto relevante na estratégia da companhia é escalar a unidade corporativa, a partir da Giga+ Empresas. "Em 2024 deixamos o B2B pronto e ele vai ser muito importante em 2025. Com nossa presença nacional, eu posso buscar o B2B em todas as praças", sinalizou Stucchi.

A leitura é que há muito espaço para crescimento na área: hoje somente 17% da receita do grupo vem da vertical corporativa. Dentro deste unidade B2B, soluções para além da conectividade tradicional já respondem por cerca de 20% do faturamento, indicando um caminho estratégico que continuará sendo perseguido.

Outro plano da Alloha em 2025 é aprofundar a construção de suas novas marcas. Com a Giga+ Fibra, a empresa está inclusive patrocinando os dois principais clubes de futebol cearenses – Fortaleza e Ceará. A ação de caráter regional também garantirá visibilidade nacional, dada a presença de ambos na primeira divisão do Campeonato Brasileiro e a participação do Fortaleza em competições internacionais como a Libertadores.

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