Internet ficou mais cara no Brasil e no mundo em 2021, aponta UIT

Foto: Charles Thompson/Pixabay

Uma análise realizada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) e a Alliance for Affordable Internet (A4AI) revelou que pacotes de Internet fixa se tornaram menos acessíveis globalmente em 2021, inclusive no Brasil, na medida que a fatia de renda destinada ao pagamento dos serviços cresceu.

Segundo o levantamento, os preços relativos da banda larga fixa no ano passado representaram em média 3,5% da renda nacional bruta per capita (GNI) em 180 países – ou acima dos 2,9% registrados em 2020.

No Brasil, os dados de 2021 indicam que a Internet fixa exigiu 3,49% da renda nacional bruta per capita – em 2020, o indicador apontava para 2,51%, o que já representava um aumento em comparação com o ano anterior, como noticiado por TELETIME na época.

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Quando avaliada a Internet móvel, houve um crescimento menor em termos globais: de 1,9% da renda para 2% da renda nacional bruta. Neste caso, o Brasil teve performance melhor: fatia da renda exigida foi de 1,05% no caso de pacotes com 2 GB, minutos e SMS e de 0,63% se considerados planos apenas com dados; nos dois casos, houve queda no preço relativo.

O salto relevante no caso da conectividade fixa foi motivado pela alta global de 8% nos valores de pacotes de banda larga, de acordo com a UIT. O preço foi medido em dólares norte-americanos e ajustado pela inflação.

Lacunas

A meta da Comissão de Banda Larga das Nações Unidas é que a conectividade corresponda a apenas 2% da renda nacional bruta per capita dos usuários. A partir dos dados de 2021, um número menor de nações alcançou o patamar.

Em todo o mundo, 96 economias cumpriram os objetivos para a banda larga móvel, ou sete países a menos do que em 2020. Ao mesmo tempo, apenas 64 economias atingiram a meta da Comissão para preços de banda larga fixa, em uma queda de duas nações.

"Essas descobertas são um sinal de alerta e uma melhoria significativa é necessária, já que a data-alvo de 2025 para alcançar as margens globais de acessibilidade de banda larga estão cada vez mais próximas", afirmou a diretora do Departamento de Desenvolvimento de Telecomunicações da UIT, Doreen Bogdan-Martin.

Escolhas

O cenário apontado pelo levantamento contrariou tendência até então vista pela UIT: historicamente, a demanda global por serviços de banda larga e a acessibilidade geral dos pacotes "pareciam subir de mãos dadas, com quedas de preços normalmente levando a mais assinaturas", segundo a entidade.

"No entanto, as pessoas sacrificaram outros bens e serviços para manter o acesso confiável à Internet durante a pandemia do covid-19. Aqueles que puderam ficaram em grande parte conectados, mesmo a preços relativamente mais altos", notou a UIT, em comunicado divulgado nesta quinta-feira, 17.

O braço das Nações Unidas para telecomunicações também notou que, em certa medida, o aumento relativo dos preços dos serviços de banda larga reflete a desaceleração econômica global desencadeada pela pandemia. Como muitos países viram reduções da renda per capita, mesmo eventuais quedas de preços não chegaram a beneficiar os consumidores.

"Pelo lado positivo, as operadoras de banda larga em muitos países aumentaram a franquia de dados incluída em suas cestas de referência. Os usuários que podiam pagar essas cestas, portanto, receberam maior valor pelo dinheiro", concluiu a UIT.

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