Um dia após anunciar plano global de redução de custos que pode resultar na demissão de até 10 mil funcionários, a Nokia esclareceu que não tem a intenção de deixar países onde tem operação.
A informação consta em comunicado enviado pela fornecedora finlandesa ao TELETIME; no entanto, a empresa reconheceu que reflexos são esperados em boa parte dos mercados onde atua. "O plano anunciado em 16 de março tem abrangência global e poderá vir a ter impacto na maior parte dos países, mas é cedo para entrar em novos detalhes", sinalizou.
O compromisso assumido pela Nokia prevê redução de 600 milhões de euros nos custos até 2023 (mais de R$ 4 bilhões, na cotação atual). O processo deve envolver a demissão de 5 mil a 10 mil funcionários no mundo (de um total de 90 mil atuais).
O impacto em cada localidade "dependerá da evolução dos mercados nos próximos dois anos". Com uma nova estrutura, a Nokia espera fortalecer investimentos para pesquisa e desenvolvimento (P&D) em 5G e segmentos como cloud e infraestrutura de rede.
Ao publicar o balanço do ano passado, a fornecedora já previa um 2021 desafiador. Mesmo incrementando o lucro e a margem operacional anual, as receitas da fornecedora caíram 6% globalmente. Na América Latina, a queda chegou a 31% no acumulado do ano.
Veja o comunicado da Nokia na íntegra:
"Não temos planos de sair dos países em que temos operações. O compromisso da Nokia é manter o Brasil conectado e contribuir ativamente para a retomada econômica do país. Nossos esforços estão concentrados em implementar – dentro dos mais altos padrões de segurança e integridade – 5G de alta performance, cloud e infraestrutura para redes digitais. O plano anunciado em 16 de março tem abrangência global e poderá vir a ter impacto na maior parte dos países, mas é cedo para entrar em novos detalhes".
Tecnologia
A Nokia também realizou mudanças recentes no comando da área de tecnologia na região. Até então diretor de soluções da subsidiária brasileira, Wilson Cardoso passou a ocupar o cargo de CTO da fornecedora para América Latina e Brasil no mês de fevereiro. Em dezembro, um novo comando para a operação doméstica também foi anunciado, com Ailton Santos substituindo Luiz Tonisi, que assumirá posto de presidente da Qualcomm para a América Latina.