Oi volta a aumentar geração negativa em janeiro, mas saldo do caixa quase dobra

Foto: Bruno do Amaral

A Oi voltou a experimentar geração de caixa operacional líquida negativa em janeiro: R$ 413 milhões, segundo balanço mensal divulgado na noite da segunda, 16, pelo administrador da recuperação judicial, Escritório de Advocacia Arnoldo Wald. Isso significa que a geração foi 24,7% acima do registrado em dezembro, dessa forma interrompendo a tendência de redução do resultado negativo dos meses anteriores. Por outro lado, o saldo quase duplicando o registrado no mês anterior, mesmo com aumento nos investimentos – inclusive na Oi Móvel.

Com os investimentos e a receita, mas especialmente com o impacto da entrada de caixa, o saldo final do caixa financeiro aumentou em R$ 1,851 bilhão, quase dobrando (97%) e totalizando R$ 3,761 bilhões. 

Isso porque houve entrada de caixa de R$ 2,264 bilhões, classificadas na rubrica operações financeiras. Essa entrada é parte do caixa da emissão de debêntures de R$ 2,5 bilhões realizada em dezembro, além do "recebimento de parte da venda da Unitel" em janeiro. A emissão das debêntures gerou R$ 1,9 bilhão em janeiro e R$ 600 milhões em fevereiro. Já a venda da participação (25%, de forma indireta) na operadora angolana foi apontada também como contribuição, embora o valor total da operação original (US$ 1 bilhão) não tenha se convertido totalmente – excetuando as debêntures, o saldo das operações financeiras referente à Unitel teria sido de R$ 364 milhões. 

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Segundo a Oi, os reforços financeiros "permitirão a manutenção do nível de investimentos" previstos no plano estratégico. Ao menos neste relatório, a operadora continua mencionando, além da expansão da fibra, a banda larga móvel 4G e 4,5G. 

Isso se reflete na proporção do capex. Os investimentos da operadora chegaram a R$ 685 milhões em janeiro, um aumento de 3,6% em relação ao mês anterior. Vale notar que a maior parte, R$ 424 milhões, foram dedicados à Oi móvel, após aumento de R$ 10 milhões. Enquanto a administração da companhia afirma que isso está dentro do plano estratégico, é de se notar que a operação de telefonia celular da companhia está sendo considerada para venda, com Vivo e TIM se juntando para uma proposta, enquanto a Claro corre por fora também com interesse. 

Recebimentos e pagamentos

A receita da empresa caiu R$ 109 milhões, ficando em R$ 2,303 bilhões no primeiro mês do ano. Houve uma redução de R$ 158 milhões dos recebimentos de clientes, totalizando R$ 1,494 bilhão, justificada pela Oi como "pontual" devido a "campanhas de cobrança para recuperação de créditos" em dezembro. Por outro lado, houve maior entrada de caixa com depósitos judiciais, saindo de R$ 86 milhões em dezembro para R$ 200 milhões em janeiro.

Já os pagamentos caíram R$ 51 milhões, encerrando o período em R$ 2,031 bilhões. Houve aumento de R$ 93 milhões nos pagamentos de fornecedores (total de R$ 1,646 bilhão) e nos tributos, de R$ 34 milhões (total de R$ 402 milhões). 

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