Amazônia Celular desiste de brigar pelo crescimento

A Amazônia Celular apresentou nesta sexta, 17, seu balanço de 2005, e buscou justificar as dificuldades encontradas no período. Enfatizou os desafios de uma região com renda per capita das mais baixas do País e com concorrência de três grandes companhias (Vivo, Oi e TIM). Ricardo Sacramento, presidente da operadora, mostrou que a empresa tem dificuldades de inovar em sua estratégia por estar restrita àquela região. "Esta área representa 100% do nosso negócio, enquanto para as concorrentes, representa uma pequena parcela". Por esta razão, diz o executivo, desde o final do ano passado o foco deixou de ser a aquisição de clientes e passou a ser a fidelização da base de pós-pago, que agrega maior valor à empresa e eleva a margem de Ebitda.
Isso efetivamente aconteceu, e a empresa conseguiu atingir 37% de margem Ebitda, ficando atrás nesse critério apenas da Telemig Celular e da CRT (Vivo). "O que estamos fazendo hoje para sair desta concorrência maluca de obter clientes a qualquer preço vai ser a moda daqui a um ano, pode escrever, e depois se lembrem que a Amazônia começou fazendo isso ao final de 2005". Na verdade, muitas operadoras já vêm, progressivamente, diminuindo a ênfase no crescimento da base e focando-se em segmentos mais rentáveis.
Em 2005, a empresa perdeu 30 mil clientes e sua receita líquida caiu em R$ 20 milhões. Ao mesmo tempo, baixou suas despesas com marketing e vendas e reduziu o custo de aquisição de novos clientes em R$ 20.

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Fidelização

O maior problema para a companhia é a alta taxa de cancelamento, que chegou a 57% no pré-pago no terceiro trimestre de 2005 e foi reduzida para 51% no trimestre seguinte. Sacramento considera que estes dados são semelhantes em todo o mercado. A política de fidelização da operadora chama-se "Me liga". O cliente que compra um cartão de R$ 16 (existem valores mais altos) ganha créditos no dobro do valor no final de um mês contando R$ 1 para cada minuto de ligação recebida. Estes créditos podem ser utilizados durante um mês para falar com qualquer telefone local ou móvel de qualquer companhia. Segundo Sacramento, esta estratégia não compromete a rentabilidade da empresa no futuro. Ele diz ter aproveitado a experiência inicial do Pula-pula, serviço semelhante criado na Brasil Telecom GSM.

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