O CPQD anunciou nesta segunda-feira, 17, que começou a desenvolver aplicações de tecnologias quânticas em segurança cibernética no âmbito do PPI Softex, programa apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) com foco no fomento da indústria brasileira de software.
Coordenado pela Softex, o projeto terá duração de 30 meses e prevê um aporte de R$ 12,2 milhões para tentar reposicionar o Brasil no segmento, explica o líder técnico do projeto no CPQD, Eduardo Mobilon.
"O rápido avanço da tecnologia de computação quântica representa uma ameaça tangível e iminente à segurança dos sistemas criptográficos tradicionais, usados atualmente para proteger informações sensíveis de ataques cibernéticos", diz.
De acordo com o especialista, hoje são três tipos de sistemas criptográficos: simétricos, assimétricos e híbridos. Assim, a ameaça representada pela computação quântica depende de dois fatores, como a existência de computadores quânticos projetados para esse objetivo e a disponibilidade de algoritmos capazes de contribuir com o processo.
"Esses (os algoritmos) já existem e ameaçam os sistemas criptográficos simétricos e, principalmente, assimétricos, que apresentam risco mais iminente. A implementação e uso de novos tipos de criptografia, em particular as técnicas de Distribuição Quântica de Chaves (QKD) e os novos algoritmos de Criptografia Pós-Quântica (PQC), tornaram-se um tema de interesse nacional e internacional", completa Mobilon.
Dessa forma, o projeto do CPQD vai explorar tecnologias como QKD, PCQ e também a Geração Quântica de Números Aleatórios (QRNG). O objetivo é pesquisar na prática diversos cenários de aplicação para interconexão de infraestruturas e sistemas de TI, incluindo redes de acesso e redes de longa distância, e analisar impactos, vulnerabilidades e desafios, mapeando o potencial de aplicação das tecnologias quânticas nas diversas arquiteturas de sistemas.
Além disso, está prevista, na fase inicial do projeto, a montagem de um testbed para integração dessas tecnologias com diversas aplicações, em áreas como blockchain, Inteligência Artificial, (IA) redes de comunicação, computação em nuvem, simuladores e dispositivos IoT seguros. A intenção é firmar parcerias com universidades e empresas de setores diferentes interessadas em realizar experimentos nessas áreas.