Decisão da Anatel sobre 6 GHz trará 'morte lenta' para Wi-Fi, diz Abrint

Em nota divulgada na manhã desta sexta-feira, 17, a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) reforçou as preocupações com a recente decisão do Conselho Diretor da Anatel de destinar parte da faixa de 6 GHz para o serviço de telefonia móvel, com previsão de leilão de espectro em 2026.

Na manifestação, a entidade considera a medida um retrocesso que compromete a inclusão digital, a competitividade no setor de telecomunicações e o desenvolvimento tecnológico do Brasil. Os provedores também afirmaram que a mudança tem potencial de causar uma "morte lenta" para o Wi-Fi no País.

Segundo a Abrint, o Wi-Fi seria responsável por 89% do tráfego de Internet no Brasil, sendo fundamental inclusive para populações de baixa renda e escolas. A entidade avalia que a redução da faixa destinada ao Wi-Fi comprometerá o funcionamento a longo prazo da conectividade de milhões de brasileiros, inclusive em áreas remotas e de difícil acesso.

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Além disso, o custo reduzido de implantação do Wi-Fi o tornaria indispensável para políticas públicas de inclusão digital e é exemplo de conectividade democrática, adiciona a Abrint.

Desafios regulatórios

A Abrint destaca ainda na manifestação que a eventual atribuição de metade da faixa ao IMT (telefonia móvel) resultaria em graves interferências técnicas com sistemas de satélite que operam na mesma frequência.

"Essa incompatibilidade comprometeria operações fundamentais, como transmissões via satélite na banda C", diz a entidade.

Recurso

Na última quarta-feira, 15, a entidade protocolou um pedido de anulação da decisão da Anatel. No documento, foi destacada a importância de uma gestão eficiente do espectro, alinhada às melhores práticas internacionais.

Cristiane Sanches, vice-líder do Conselho de Administração da Abrint, diz que a manutenção integral da faixa para uso não licenciado permitirá ganhos transformadores, estimados em US$ 112,14 bilhões para o PIB brasileiro até 2030, além de ampliar a inclusão digital e garantir a democratização da conectividade.

"A decisão atual não só contraria os interesses do público e das empresas de telecomunicações, mas também coloca em risco o futuro tecnológico do Brasil. É essencial garantir que o processo regulatório seja transparente e inclusivo", completa.

2 COMENTÁRIOS

  1. A frequência de 6ghz no Wi-Fi funciona em praticamente todos os países do mundo, então os aparelhos que forem vir pra cá teriam que ter um ajuste de software pra bloquear parte da frequência, vão contrário não gerar interferência, e já tem muitos aparelhos usando a frequência de 6ghz e provavelmente não vão ser atualizados, roteadores por exemplo, na maioria não tem atualização automática, e quase ninguém faz a atualização manual.
    Outro problema é que como nenhum outro país usa essa frequência pra rede móvel, os celulares não tem suporte a essa frequência, e como são fabricados em massa, é provável que continuem não suportando algo que só um país usa.
    Além disso, não tem necessidade, já temos a frequência de 3,5ghz, quando tô com bom sinal pego mais de 700mbps de internet, sendo que mesmo com streaming de video na melhor qualidade, que é o que mais usa internet, usa 25mbps pra 4k, resolução que nem tem em celular. No celular não deve passar de 20mbps pra QuadHD, e a frequência atual já faz 700mbps, não tem benefício adicionar a frequência de 6ghz.
    O que deveria ser adicionado, são as frequência mmWave (acima de 26ghz). Quanto maior a frequência, mais velocidade, mas o alcance diminui, essas altas frequências são usadas em estádios, porque quando tem uma aglomeração muito grande de pessoas, as frequências médias, como 3,5ghz e 6ghz não dão conta tão bem, e as frequências mmWaves estão livres, é só licenciar. Mas ao invés disso querem gerar vários problemas licenciando algo q já está em uso por uma tecnologia tão ampla como Wi-Fi

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