A constelação de satélites de baixa órbita Kuiper, da Amazon, recebeu mais seis meses para iniciar operações no Brasil. O novo prazo concedido pela Anatel para o sistema entrar em atividades é o dia 20 de junho de 2025.
A decisão foi tomada na última sexta-feira, 13, pelo Conselho Diretor da agência reguladora de telecomunicações. O processo teve votação remota a partir do circuito deliberativo da Anatel, com relatoria do conselheiro Alexandre Freire.
O prazo anterior para entrada em operação da Kuiper no Brasil era na próxima sexta-feira, 20 de dezembro. Ou seja, em exatos dois anos após a oficialização do direito de exploração do sistema no País, aprovado no final de 2022.
O regramento brasileiro para satélites, contudo, admite que um prazo para entrada em operação seja prorrogado "mediante solicitação devidamente justificada, a critério da Anatel, em especial em situações de força maior". Para Alexandre Freire, "elementos caracterizadores de caso fortuito ou força maior foram identificados no presente caso", embora maiores detalhes não tenham sido fornecidos. O Conselho da Anatel seguiu o entendimento de forma unânime.
A constelação
A autorização da Kuiper para atuar no Brasil prevê a operação de 3,2 mil satélites na baixa órbita, pelo prazo de cinco anos a partir da concessão da licença (ou até 2027). A frota é considerada uma possível rival para a Starlink, hoje a maior operadora de Internet via satélite no País.
Os dois primeiros protótipos da constelação da Amazon foram lançados em outubro de 2023. A intenção era que novos lançamentos ocorressem ainda em 2024, mas agora o prazo informado é de formação da frota a partir do começo de 2025. A Amazon tem ao menos 80 lançamentos já contratados ao lado da Arianespace, Blue Origin, SpaceX e United Launch Alliance (ULA).
O início da operação comercial global é igualmente previsto para o ano que vem. Em outubro, a Amazon indicou ao TELETIME que deseja ativar seus primeiros clientes também no Brasil em 2025. Vale lembrar que a empresa tem ainda um acordo com a Vrio – dona da brasileira Sky – para distribuição da Internet via satélite na América Latina.