A estratégia da Algar de lançar operações comerciais de 5G na faixa de 2,3 GHz deve ser o caminho seguido por outras empresas, pelo menos por algum tempo. Isso porque a faixa de 3,5 GHz, considerada a principal faixa para os novos serviços, não será liberada este ano, a não ser em caráter experimental e temporário, como aconteceu nesta quinta-feira, 16, para a Brisanet, que implantará rede em Natal.
Segundo o conselheiro Moisés Moreira, coordenador do Gaispi (grupo responsável pelas obrigações relacionadas à faixa de 3,5 GHz), não há mais reuniões previstas para este ano e as próximas devem acontecer provavelmente a partir do final de janeiro de 2022. Mas qualquer liberação das frequências, explica ele, depende ainda da constituição da EAF (Entidade Administradora da Faixa), sob responsabilidade das empresas vencedoras, e só então é que serão estabelecidos os critérios e o conjunto de informações que precisarão ser avaliadas para que a faixa de 3,5 GHz possa ter a sua utilização antecipada.
Lembrando que o prazo do edital para o início das operações em 3,5 GHz nas capitais é 30 de junho de 2022, podendo ser prorrogado por mais 60 dias. Até lá, a prioridade não é o início dos serviços de 5G, mas sim a migração dos usuários de TV via satélite em banda C para a banda Ku, além da instalação dos filtros e medidas de mitigação na banda C estendida nas cidades que terão o serviço de 5G ativado em 2022. Qualquer antecipação do cronograma depende do Gaispi.
Na semana passada, o CEO da Claro, Paulo Cesar Teixeira, reiterou em entrevista ao TELETIME o desejo da operadora de antecipar as operações, mas a Claro tem uma estratégia bem definida de manter os serviços na rede non-standalone, fazendo a agregação de frequências atuais com as novas frequências adquiridas no leilão. A ativação do 5G standalone atenderá, naturalmente, as obrigações do edital, mas será mais gradual e avançará com o próprio mercado.