A Nokia reafirmou o seu plano de turnaround divulgado em outubro para virar uma empresa totalmente baseada em nuvem. Para tanto, determina o foco imediato em executar a estratégia para "ganhar de volta" a liderança em 5G, buscando especificamente a virtualização de redes móveis de acesso (VRAN) e o OpenRAN, ganhando escala com operadoras e aumentando os negócios para redes privadas com indústrias.
Em comunicado nesta quarta-feira, 16, a fornecedora finlandesa declarou que as expectativas para as metas financeiras de 2020 e 2021 permanecem sem alterações, com margem operacional "comparável" (isto é, excluindo amortização de intangíveis, reestruturação e outros itens) entre 7 e 10% para o ano que vem. Os custos corporativos deverão ser de 200 milhões de euros no ano que vem.
Considerando somente a área de redes móveis, a expectativa é de zerar a margem operacional em 2021, mas "com melhora significativa no longo prazo". A área de infraestrutura de rede (antes chamada de redes fixas e IP) focará em soluções essenciais e redes críticas, utilizando as redes óticas e de cabos submarinos da Alcatel Submarine Networks. A expectativa é que a margem operacional fique acima de 5% em 2021, com previsão de crescimento gradual no longo prazo. Por sua vez, a área de serviços cloud e redes deverá ter crescimento de 5% no mesmo período, com melhora significativa depois.
No comunicado, o presidente e CEO da Nokia, Pekka Lundmark, diz que tecnologia será parte da solução para os problemas mundiais, como questões ambientais, falta de recursos, desigualdade e estagnação da produção. O executivo não menciona a pandemia ou a disputa geopolítica dos Estados Unidos com a China, mas reitera que as redes avançadas que rodam serviços de missão crítica estão ficando cada vez mais importantes para a sociedade. E, por isso, entende que um ambiente de "múltiplos fornecedores" (como o OpenRAN) permite entregar melhor desempenho e custo benefício.
Lundmark reitera que a companhia está evoluindo de redes de core monolíticas para as virtualizadas completamente nativas na nuvem. E que por isso, está está bem posicionada para novos modelos de negócio com a demanda de solução "como serviço" (as a service). "A Nokia tem como meta ser líder tecnológica nas áreas onde escolher atuar", diz.