A Claro continua defendendo que o roaming permanente seja mantido de fora do mercado brasileiro. Segundo o diretor de negócios de IoT da operadora, Eduardo Polidoro, os serviços de dispositivos internacionais podem ser atendidos com a tecnologia eSIM, que permite a configuração do perfil da operadora sem a necessidade de instalação de um novo chip.
"A [fabricante automotiva] GM a gente conecta há muito tempo, e usamos eSIM. O carro que vem dos Estados Unidos não precisa passar por nenhuma manutenção ou recall, só troca perfil e ele passa a ser cliente da Claro", destacou ele em participação de evento online do portal Tele.Síntese nesta segunda, 16.
A questão é que a previsibilidade de grande volume de conexões poderia prejudicar o serviço das operadoras locais, incluindo KPIs e serviços de comunicação crítica. Além disso, há a falta de equilíbrio de custos. "Tem evasão de divisas. Quem vem de fora e não tem que pagar Fistel, sai R$ 26,83 na frente da gente e só chega com o nome no público, o que é um absurdo", declara.
Segundo Polidoro, nem todos os mercados adotaram a prática para Internet das Coisas. Ele afirma que já há países repensando a política de roaming permanente para IoT, citando operadoras nos Estados Unidos. "Como é um país mais maduro comparado ao Brasil, tem invasão maior de produtos que possam vir conectados, e aí passa a ter problema de segurança de dados."
A Anatel aprovou em outubro uma série de alterações regulatórias que permitirão a simplificação das regras para a oferta de aplicações de Internet das Coisas, incluindo no caso de roaming permanente para operações locais. Mas a própria agência já se manifestou por diversas vezes a respeito do assunto, inclusive com a defesa da solução do eSIM. Por outro lado, operadoras norte-americanas como a AT&T afirmam que a medida prejudica os negócios de Internet das Coisas em larga escala.