América Móvil desiste de oferta de 7,2 bilhões de euros pela KPN

A América Móvil oficializou nesta quarta-feira, 16, a desistência da oferta pública de cerca de 7,2 bilhões de euros para a aquisição da totalidade das ações da KPN. Pouco mais de um mês após ter alertado que poderia desistir do negócio, o grupo mexicano finalmente jogou a toalha ao não conseguir negociar com o grupo holandês Sticthing Preferente Aandelen B KPN (denominado Fundação KPN), que em um movimento de mercado em 29 de agosto adquiriu 50% menos uma ação com poder de voto na operadora holandesa e ameaçava barrar a oferta pública caso a América Móvil não aumentasse o valor da transação.

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Vale lembrar que o grupo mexicano detém 29,77% e havia anunciado sua intenção de adquirir a totalidade das ações da KPN no início de agosto. A fundação KPN é um grupo independente de antigos executivos de empresas holandesas e bloquearam o acordo entre a KPN e a América Móvil sob alegação de que estavam protegendo os interesses de shareholders, funcionários, clientes e da sociedade holandesa em geral, que julgaram estar em risco, porque a América Móvil não teria consultado a KPN antes de fazer sua oferta. A empresa mexicana, por sua vez, negou que sua oferta pudesse colocar os interesses da KPN em risco e afirmou que consultou a empresa holandesa desde o início das negociações.

Em comunicado ao mercado nesta quarta, a América Móvil afirma que, com a Fundação KPN de posse de 50% menos uma ação dos papéis com direito a voto, a oferta, que tinha entre outros objetivos a aquisição de capital majoritário na KPN para que ambas as companhias se beneficiassem de uma maior coordenação e cooperação operacional, tornou-se inviável. "América Móvil considera que as ações tomadas pela Fundação prejudicam não apenas todos os acionistas da KPN – incluindo aqueles que desejavam participar da oferta proposta – mas também prejudicam clientes, empregados e outros acionistas da KPN que vislumbraram ser parte de uma companhia sólida, com visão de longo prazo."

Acordo com Telefónica não adiantou

A aquisição do grupo holandês seria uma porta de entrada para uma presença maior da empresa do bilionário mexicano Carlos Slim no mercado europeu. A companhia apostava na transação, chegando a estabelecer acordo com a Telefónica (após a espanhola concordar em aumentar o valor pela subsidiária móvel) para tranquilizar os acionistas. No acordo, a América Móvil declarou que não iria intervir na venda da E-Plus, operadora alemã da KPN, para o grupo espanhol por um valor de 5 bilhões de euros mais fatia de 20,5% do capital da subsidiária local Telefónica Deutschland (totalizando nos valores da época, a transação ficou em 8,55 bilhões de euros). Na época da oferta pública, a América Móvil também assegurou que pretendia respeitar a identidade da KPN, mantendo a marca, a sede holandesa da empresa e se comprometendo a expandir investimentos.

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