5G Broadcast: os avanços e o que faltou no IBC 2024

Foto: a.canvas.of.light/ https://www.flickr.com/photos/jhlau/32730059331

Um dos temas de maior atenção da delegação brasileira no IBC 2024, evento de tecnologias de TV e audiovisual que aconteceu este final de semana em Amsterdam, era o desenvolvimento do 5G Broadcast, transmissão de sinais de TV aberta utilizando as especificações, frequências e equipamentos de recepção do 5G. Isso porque é bastante provável que o padrão brasileiro de TV 3.0 deverá adotar o 5G Broadcast como alternativa para as transmissões móveis, caso a tecnologia mostre o amadurecimento necessário.

Segundo vários interlocutores de governo o do mercado ouvidos por este noticiário durante o IBC 2024 é que há boas notícias e algumas ainda nem tão boas. A boa notícia é que o 5G Broadcast já mostra uma clara evolução dentro das padronizações do 3GPP e já havia várias demonstrações práticas acontecendo. A má notícia é que se esperava uma maturidade maior do ponto de vista dos handsets, mas os equipamentos utilizados nas demonstrações dependiam de algumas configurações mais específicas feitas especificamente para esse propósito, e não na forma de simples atualizações de software.

De qualquer maneira, o chipset e a antena de recepção utilizados eram os originais dos handsets, ou seja, sem a necessidade de hardware específico. Isso é considerado essencial pela radiodifusão, que entende que o 5G Broadcast tem como principal vantagem ao sistema móvel do ATSC 3.0 (que é a base do modelo de TV 3.0 a ser adotado no Brasil) justamente o fato de não precisar de nenhum receptor específico e de funcionar, em tese, em qualquer celular 5G a partir do release 17. São esperadas agora implementações comerciais previstas para acontecer em países como a Alemanha para que se feche a avaliação sobre a viabilidade do 5G Broadcast no Brasil, segundo fontes que acompanham o processo de definição do padrão brasileiro de TV digital de próxima geração.

Notícias relacionadas

E há ainda outras questões que precisam ser definidas. Por exemplo, quais as frequências em que o 5G Broadcast será transmitido no Brasil. Os testes realizados no evento por empresas como a Rohde & Schwarz (fabricante de transmissores, que inclusive promoveu a ida de delegados do Brasil à sua fábrica, em Munique), por exemplo, utilizavam a faixa de 600 MHz, hoje sob o controle das empresas de radiodifusão no Brasil, mas que é objeto do desejo das operadoras de telecomunicações para os futuros serviços de banda larga móvel.

Um dos caminhos em avaliação é permitir que o 5G Broadcast seja utilizado não apenas pelas emissoras de TV, mas também pelas operadoras de telecomunicações para coberturas em locais específicos, como grandes eventos, em que a transmissão no formato broadcast faz muito mais sentido do que a transmissão dos sinais de maneira individual para cada usuário.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!