Uma fonte ligada aos cotistas descontentes com a gestão do Opportunity no fundo CVC Opportunity Equity Partners FIA (CVC Nacional) apontou algumas das supostas quebras de deveres fiduciários que levaram Previ e BNDES a pedirem a destituição do gestor. Segundo a fonte, por três semestres seguidos entre 1999 e 2000 o Opportunity errou no cálculo do patrimônio líquido do CVC, o que resultou em uma taxa de administração mais alta para ser paga pelos cotistas. Foi aberto inquérito na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e, após dois anos, a autarquia decidiu a favor dos cotistas.
As fundações e o BNDES, cotistas do CVC, teriam pago R$ 9,6 milhões a mais do que estava acordado pela segunda parcela de pagamento da privatização de ativos de telecomunicações.
Teriam ocorrido, segundo as acusações da Previ e do BNDES, pagamentos de executivos do banco com dinheiro da caixa do fundo, não da taxa de administração.
Apesar da exigência do voto de cotistas que representem 90% do capital do fundo para que o gestor seja destituído, advogados dos descontentes acreditam ser possível obter o sucesso do pleito através da Justiça mesmo sem alcançar o referido percentual. No passado, quando a Previ tentou destituir o Opportunity da gestão do CVC, não conseguiu porque a Sistel patrocinada pela Brasil Telecom (fundação dos funcionários do antigo Sistema Telebrás) vota sempre com o Opportunity, e ela detém mais de 10% do CVC.
?As leis, o código penal, a Constituição: tudo isso está acima de qualquer regulamento de um fundo?, explica a fonte.
Previ e BNDES solicitaram em carta encaminhada ao Opportunity na última segunda-feira, 15, que seja incluída a discussão sobre a destituição do gestor na pauta da próxima assembléia do fundo, marcada para o dia 30 de setembro. Se o Opportunity não incluir o item em pauta, Previ e BNDES pedem uma assembléia específica para 30 de outubro.
Procurado pela reportagem de TELETIME News, o grupo Opportunity não quis se manifestar sobre as acusações que lhe são feitas.