Com fibra, Oi quer FTTH, parceria com ISPs e venda no atacado

Fibra ótica. Foto: Pixabay

O centro da nova estratégia de investimentos da Oi é a fibra ótica. A companhia já havia estabelecido isso em outras ocasiões, mas o foco foi reiterado com a divulgação do plano nesta terça-feira, 16. A intenção é aproveitar a infraestrutura de transporte e acesso que a operadora já tem no Brasil, atendendo as necessidades de diferentes tecnologias (sobretudo FTTH) e proporcionando a exploração de modelos de venda no atacado e em parcerias com provedores regionais. A tele se considera líder em infraestrutura e quer alavancar a rede "não-replicável" para abocanhar a liderança nacional em fibra até a residência, além de agir como "viabilizadora do 5G" – ou seja, proporcionar capacidade do backbone e backhaul para si e para outras operadoras quando a futura tecnologia for implantada no Brasil. 

A infraestrutura da Oi tem 363 mil km de fibra, que a empresa alega ser duas vezes maior do que a segunda colocada no mercado. Com essa rede, atende 2.270 cidades, mil a mais do que o mais próximo competidor. Além disso, conta com uma infraestrutura passiva de 43 mil km de dutos. Com esses ativos, pretende atender as necessidades de IP Core para os próximos três anos, colocando a fibra no centro da estratégia de banda larga, IPTV, B2B, atacado e como backbone/backhaul para o 5G. 

A empresa projeta 6,4 milhões de homes-passed em 2019, atingindo 16 milhões até o final de 2021, embora considere o potencial de cerca de 32 milhões de casas com retorno atrativo. O CAGR da receita do segmento entre 2019 e 2024 é projetado em 30% (praticamente dobrando as receitas), o que espera que sirva para compensar a queda da receita do cobre em 2021. No momento, a operadora trabalha com uma taxa de take-up (conversão) de 10% em média com o FTTH em cima da infraestrutura de homes-passed, mas observa crescimento de 1,5% ao mês nos primeiros sete meses de implantação do modelo de reuso de fibra. Assim, acredita ser possível chegar à taxa de 25% após três anos. "A taxa de conversão é muito crítica no negócio, temos objetivos específicos em cada célula. Algumas são priorizadas não porque temos taxas altas, mas porque não precisamos investir tanto para implantação", explica o diretor de marketing da tele, Roberto Guenzburger.

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O crescimento em FTTH, pelo menos até então, tem sido na maioria com novos clientes. Guenzburger diz que 25% das adições são de migração de acessos em cobre. Mas a intenção da Oi é converter as receitas de uma tecnologia para a outra – a expectativa é que o faturamento com o FTTH supere o xDSL em 2021. 

Parcerias, atacado e 5G

Além da abordagem de reuso, a Oi avalia "modelos de parceria" para viabilizar a fibra. Dos cerca de 32 milhões de HPs, 7,7 milhões seriam alcançados por meio deste modelo em áreas atraentes com menor prontidão de fibra. Isso inclui parceiros como os próprios ISPs. "Estamos no começo do processo de construir esse tipo de parceria, mas não amadurecemos ainda os detalhes dessa estratégia", diz o CFO da operadora, Carlos Brandão. 

Mas a ideia é não engessar os acordos em um modelo único. "Vamos fazer combinações, você verá um lugar onde a companhia só entra com infraestrutura, em outros com infraestrutura e com produtos, e outro com parte de infra e com parceiro local, mas com vendas na companhia. Essa é a beleza da estratégia", declara Rodrigo Abreu, apresentado na teleconferência como membro do conselho e coordenador do plano estratégico. "Temos rede de fibra em 2.200 cidades, e ainda tem muitas para explorar." Assim, estima que 11,6 milhões de homes-passed seriam alcançados com a exploração de parcerias no atacado como opção.

Por sua vez, Abreu ressaltou que o segmento do atacado era um componente de apoio na companhia até então, seja por restrição de Capex, seja por decisões estratégicas. A intenção é mudar esse cenário. "No atacado a gente já tem infraestrutura e podemos fazer definições de explorar cenários que decidimos não explorar antes", destaca. Além disso, a Oi deverá manter acordos de compartilhamento de infraestrutura, mas planeja utilizar a capacidade de sua rede de transporte para novos acordos. 

Ainda aproveitando a rede ótica, a Oi pretende também ser um provedor de capacidade para as redes móveis. "O 5G vai precisar de infraestrutura, não importa se para nós mesmos ou para o mercado inteiro. Somos os líderes [em backbone], e esperamos ser o principal provedor nacional de capacidade para 5G", destacou Abreu. 

2 COMENTÁRIOS

  1. Eles vao con tudo pra fibra, moro numa cidade com 30.000 e aqui já tem planos de até 400mega e a um preco bom. Quando um dia a oi chegar aqui, talvez não tenha nenhum cliente oi fixo, nem oi velox e ninguém vai deixar o certo pelo o duvidoso. Trocar o provedor local pela oi é loucura hoje. Já trocar a oi pelo o provedor é o que a grande maioria faz.

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