Acusados de oferecer propina passam a ser réus em processo criminal

O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu nesta quarta-feira, 16, denúncia à 6º Vara Criminal Federal de São Paulo contra Daniel Dantas, Humberto Braz e Hugo Chicaroni pelo cometimento de crime de corrupção ativa. O juiz Fausto De Sanctis já aceitou a denúncia e agora os envolvidos na suposta tentativa de suborno do delegado federal Vitor Hugo Alves Ferreira passam a ser réus em um processo criminal e não somente investigados. Segundo imagens obtidas com autorização judicial pela Polícia Federal, Hugo Chicaroni e Humberto Braz teriam oferecido ao delegado US$ 1 milhão para que ele retirasse os nomes de Daniel Dantas e Verônica Dantas das investigações e incluíssem o do empresário Luiz Roberto Demarco, ex-sócio de Dantas.
"Isso não afasta a possibilidade do oferecimento de demais denúncias de crimes contra o sistema financeiro nacional, organização criminosa e lavagem de dinheiro", afirma o procurador Rodrigo de Grandis. Segundo ele, na medida em que novas provas forem aparecendo, o MPF vai oferecendo novas denúncias. "Existe uma gama incrível de crimes financeiros. A idéia é que sejam oferecidas as denúncias no decorrer das investigações", afirma ele. Segundo o procurador, a qualquer momento da investigação o Ministério Público Federal poderá pedir nova prisão preventiva dos envolvidos. Dos três denunciados, apenas Daniel Dantas encontra-se em liberdade. A pena para o crime de corrupção ativa varia de 2 a 12 anos de prisão. A expectativa do procurador é que o processo seja concluído mais rapidamente, justamente pelo fato de dois réus já estarem presos.

Tarso Genro

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O procurador disse discordar das afirmações do ministro da Justiça Tarso Genro, para quem as investigações já estariam "99% concluídas". "Na perspectiva do Ministério Público Federal, que é quem compete formular o juízo da existência ou não de crime, nós temos ainda um caminho longo pela frente em matéria de investigação policial", afirma. O procurador disse ainda que espera que o Ministério da Justiça colabore no sentido de proporcionar "recursos humanos e técnicos para avaliação do amplo material probatório".

Protógenes Queiroz

O Ministério Público Federal encaminhou nesta quarta-feira, 16, um ofício ao diretor geral da Polícia Federal, Luís Fernando Correa, assinado pelo procurador de Grandis e pela procuradora Anamara Osório Silva, em que eles pedem o retorno do delegado Protógenes Queiroz ao comando da Operação Satiagraha. "Ele vinha acompanhando as investigações há alguns anos e é evidente que com essa substituição repentina acarreta-se um prejuízo para as investigações", disse de Grandis. Confira no link abaixo a denúncia do MPF.

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