WhatsApp abre para publicidade e assinatura de canais

Foto: Heikoal/Pixabay

[Do Mobile Time] O WhatsApp anunciou duas novidades importantes: 1) sua abertura para publicidade; 2) a possibilidade de oferta de assinatura de canais pagos. A comunicação foi feita pelos canais do fundador e CEO global da Meta, Mark Zuckerberg, e do head do WhatsApp para mercados estratégicos (Brasil, Índia e Indonésia), Guilherme Horn.

A publicidade ficará restrita à aba de "atualizações", ou seja, misturada aos status de pessoas seguidas pelo usuário. Desta forma, a aba de conversas continua sem publicidade. Ao clicar em uma propaganda no status, o usuário poderá iniciar uma conversa com o anunciante dentro do app de mensageria.

A empresa informa que 1,5 bilhão de pessoas acessam a ferramenta de Status diariamente. Mas esclarece que para a exibição de publicidade usará dados limitados, pois nem a própria Meta tem acesso ao conteúdo de mensagens trocadas entre usuários, já que a comunicação é protegida por criptografia de ponta a ponta.

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Em seu blog oficial, o app informa o seguinte:

"Para mostrar os anúncios no status ou promover os canais que possam ser do seu interesse, usaremos dados limitados, como seu país ou cidade, o idioma, os canais que você segue e a forma como você interage com os anúncios exibidos. No caso de pessoas que escolheram adicionar o WhatsApp à Central de Contas, também usaremos as preferências de anúncios e os dados das outras contas da Meta. Além disso, nunca venderemos nem compartilharemos seu número de telefone com anunciantes. Suas conversas pessoais, ligações e os grupos dos quais você participa não serão usados para determinar os anúncios veiculados para você". 

Promoção e assinatura de canais

Também será possível promover canais na ferramenta de busca interna do WhatsApp. Os resultados promovidos virão identificados como "patrocinado". Além disso, os canais, que até o momento eram necessariamente públicos e gratuitos, agora poderão vender assinatura mensal para acesso a conteúdos exclusivos.

Os preços, a mecânica de contratação e a divisão de receita no caso de assinatura de canais ainda não foram divulgados. Mas o WhatsApp abriu uma página para cadastrar interessados nos novos produtos.

Análise

Esse é um movimento estratégico importante de alteração do modelo de negócios do WhatsApp. O app de mensageria sempre tomou muito cuidado para proteger o seu público e evitar que o canal fosse inundado de spam, como aconteceu com o email e o SMS, que perderam valor. Por isso, até então, sua única fonte de receita era a mensageria via sua API, com preços diferentes dependendo do tipo de conteúdo (mensagens de marketing custam mais caro, por exemplo, justamente para desincentivar o envio de spam), e uma série de regras de templates a serem seguidas.

A abertura para publicidade acontece de forma cautelosa, limitada à aba de status, sem se misturar à caixa de entrada de mensagens pessoais e grupos em que o usuário está. Desta forma, o propósito central do aplicativo, de comunicação segura e privada P2P, continua protegido.

O tamanho da base de usuários do WhatsApp, especialmente nos mercados do Brasil, da Índia e da Indonésia, o torna atraente para qualquer anunciante, ainda que os dados de segmentação talvez sejam menos ricos e detalhados que aqueles oferecidos em outras plataformas digitais, inclusive do mesmo grupo, como Instagram e Facebook. Resta ver se os preços serão atraentes e que tipos de anunciantes vão utilizar o canal.

É preciso também atenção por parte da Meta contra o mau uso do canal, com a divulgação de conteúdo ilegal – golpes, propaganda política enganosa (fake news) e mercadorias ilegais. Isso exige muita atenção por parte da plataforma e vale lembrar que há reclamações em relação a esse tipo de controle realizado por outras empresas do grupo.

O WhatsApp é o aplicativo mais popular do Brasil, presente em 99% dos smartphones nacionais e na tela principal de 54% deles, de acordo com a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box.

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