O CEO da Cisco, Chuck Robbins, acredita que a pandemia do coronavírus poderá trazer oportunidades para o mundo da tecnologia. Isso inclui a quinta geração, pelo menos nas aplicações de acesso móvel-fixo (FWA). "Acho que a pandemia acelera o 5G, na maioria dos casos", afirmou ele durante coletiva de imprensa online no primeiro dia do evento Cisco Live nesta terça, 16.
O raciocínio dele é que a maior necessidade de conectividade poderá ajudar a embalar a nova tecnologia. "O home office não vai embora. Por isso, precisará levar velocidade maior para mais lugares, promovendo maior inclusão para mais comunidades remotas, o que poderia ser solucionado com 5G", diz.
Robbins prevê que muitas operadoras vão apostar nesse caso de uso por conta da facilidade de instalação da última milha sem fio, em vez de meios de fibra até a residência (FTTH). "Acho que, com tudo que está acontecendo, o 5G será uma solução".
Oportunidades
Durante a apresentação do evento, o líder da fornecedora buscou trazer uma visão positiva para o mercado de tecnologia e conectividade no qual atua. "Há muita incerteza, eu entendo isso. Mas também vemos muitas possibilidades. Sendo o mais otimista, vejo oportunidade de fazer mais e melhor. Podemos aprender com o que acontece, e operar nessa fase de recuperação. Vamos pegar o melhor do passado, combinado com o atual, e com a imaginação que precisa entregar no futuro", declara o executivo.
Robbins enxerga que a Cisco deve continuar mirando nos desafios anteriores à pandemia, como a simplificação, automação, privacidade e segurança, mas agora também precisa encarar a atual realidade. Entre as oportunidades, o executivo cita quatro pilares que a empresa deverá abordar: reimaginar aplicações, segurança de dados, transformar a infraestrutura e empoderar times.
No caso específico da infraestrutura, Robbins diz que a ideia é se preparar para um futuro incerto. "É uma oportunidade para construir uma arquitetura mais robusta, porque nã sabemos o que vai acontecer. Não esperávamos o que aconteceu há seis meses", diz, referindo-se ao aumento de tráfego presenciado durante a quarentena. "Durante períodos desafiadores é que vem a inovação. E certamente recebemos grandes problemas recentemente."
SVP de tecnologias emergentes e encubação da Cisco, Liz Centoni, afirma que os times da fornecedora estão focados em trabalhar para incluir a privacidade de forma mais central nas questões de desigualdade social, saúde e educação. "Quais soluções para a saúde serão de longo prazo? E o acesso seguro e confiável, com dados distribuídos, mas em termos de protocolos de tratamentos, dados de genoma, farmacêuticos.. Temos a tecnologia, mas o assunto é mais importante do que antes, e estamos correndo", diz.
Impacto nas organizações
Segundo a chief information officer da Cisco, Jacqueline Guichelaar, a empresa relaizou um levantamento com 300 outros CIOs sobre os impactos da pandemia em suas organizações:
- 50% dos entrevistados disseram que a migração para o trabalho remoto foi uma grande mudança cultural para a empresa;
- Entre 54%, as áreas de estresse foram segurança, produtividade, capacidade de tráfego e VPNs;
- Para 86% deles, o uso de vídeo ficou mais importante;
- E para 88%, a empresa está "expandindo para ter um impacto maior".