O posicionamento do CEO da Cisco, Chuck Robbins, durante apresentação inicial para o início do evento Cisco Live foi categórico: a empresa está preocupada em se inserir no contexto social atual. A conferência, normalmente realizada nos Estados Unidos, foi iniciada nesta terça-feira, 16, totalmente online por conta das medidas de isolamento devido à pandemia do coronavírus. Mas não só a covid-19 é uma questão para a fornecedora: também os direitos humanos e a justiça social, sobretudo em relação ao racismo e à desigualdade.
Para Robbins, há uma "necessidade de dignidade, respeito e igualdade". Por isso, diz que a empresa está buscando "pegar um pouco do ódio e transformar em esperança", por meio de ações sociais de inclusão e de auxílio no combate à covid-19. Assim, o novo posicionamento da Cisco é "prover um futuro inclusivo para todos" ("to power an inclusive future for all").
"A pandemia mostra que podemos prover saúde e educação nas comunidades", declarou ele em coletiva online após a apresentação inicial no evento. Ele entende que uma das ferramentas de inclusão é justamente a possibilidade de trabalho remoto. "O que aprendemos é que, se acreditar que as pessoas trabalhando de casa podem ser incrivelmente produtivas, isso pode servir particularmente como oportunidade para endereçar a desigualdade", diz, referindo-se a locais mais vulneráveis e "talvez com alunos negros".
Na visão de Chuck Robbins, a tecnologia pode ajudar de alguma forma no combate ao racismo. Ele cita como exemplo o uso de algoritmos para promover paridade salarial e promoções de cargos. Mas também lembra que é necessário implantar conectividade nas comunidades carentes. "Nos trabalhos de tecnologia, que são o futuro, podemos fazer investimento para educar essas comunidades", diz, adicionando que "muitas dessas comunidades têm maior presença de negros".
Debates
O CEO da Cisco explica que as três categorias que vêm sendo discutidas entre empresas de diferentes setores são justamente o combate à covid-19, a justiça social e a desigualdade. No lado da saúde, há uma parceria da empresa para ajudar laboratórios no desenvolvimento de vacinas contra o vírus. Na parte de justiça social, Robbins compõe um comitê especial, voltado a trabalhar nas áreas de educação, acesso financeiro, mercado e reforma de justiça criminal.
EVP e chief people officer da Cisco, Francine Katsoudas diz que foi necessário abordar esses temas na empresa. "Como trabalhar questões como racismo e injustiça social? Aumentamos a quantidade de comunicação. Mas o papel de liderança fica cada vez mais sofisticado", afirma.