As financeiras italianas Mediobanca e Intesa Sanpaulo oficializaram nesta segunda, 16, sua saída da Telco, holding que controla a Telecom Italia com 22,4% das ações ordinárias. O exercício de dissolução da Telco foi realizado no primeiro dia da janela aberta pelo acordo entre a Telefónica e suas sócias italianas (Mediobanca, Intesa e Assicurazioni Generali) em setembro do ano passado, quando a espanhola aumentou sua participação no capital total da Telco para 66% através da compra de ações preferenciais (sem direito a voto) para acalmar os ânimos das italianas, que pressionadas pela desvalorização da Telecom Italia, pretendiam vender sua participação.
Com o exercício do direito de dissolução das participações de 7,3% que cada uma detém no capital total da holding maior acionista da Telecom Italia, Mediobanca e Intesa Sanpaulo passam a ter participação direta individual de 1,6% nas ações ordinárias, de controle, da operadora italiana. Em comunicado ao mercado, Mediobanca estima que a alienação de sua participação total (incluindo ações preferenciais e ordinárias), no preço atual de mercado das ações da Telecom Italia, renderiam um ganho de capital de 110 milhões de euros. Já a Intesa, também em nota, estima que a alienação apenas do 1,6% das ações de controle renda ganhos de capital, antes de impostos, de aproximadamente 35 milhões de euros.
A outra sócia, Generali, que detém 19,32% do capital total da Telco, não havia oficializado sua saída até o fechamento desta matéria, mas já havia confirmado o início do procedimento para dissolução da Telco na semana passada.
A dissolução da Telco cria um problema para a Telefónica, já que sua participação de 46,2% do controle da Telco se reverteria em uma participação direta no controle da Telecom Italia de cerca de 15%, tornando a espanhola a maior acionista da controladora da TIM no Brasil, o que apenas agrava a situação de participação cruzada na Vivo e na TIM, já expressamente vedada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), no Brasil.