Nokia revisa para baixo suas expectativas para o segundo trimestre

A Nokia comunicou ao mercado nesta quarta-feira, 16, a revisão para baixo de algumas de suas expectativas para o segundo trimestre e para o ano de 2010 como um todo. A empresa culpa uma série de fatores: o aumento da competição no segmento de smartphones; a alteração de seu mix de produtos, agora com foco em aparelhos de margem menor; e a depreciação do Euro, que afetou seus custos e sua estratégia global de preços.
Originalmente, a Nokia estimava que sua receita com terminais e serviços no segundo trimestre ficaria dentro da faixa de 6,7 a 7,5 bilhões de euros. Agora, a fabricante admite que o faturamento ficará próximo ou mesmo abaixo de 6,7 bilhões de euros. As razões: volume de vendas e preço médio abaixo do esperado.
Para o ano de 2010 como um todo, a Nokia manteve a sua expectativa de que o mercado global irá crescer 10% em volume de handsets e que ela conseguirá manter estável seu market share em unidades vendidas. Contudo, em receita, a Nokia reviu sua estimativa e agora admite perder um pouco de share em 2010, quando comparado com 2009. Antes, a empresa projetava ganhar participação em valor. O motivo apresentado para a alteração é a forte competição no segmento high end e mudanças no portfólio de celulares da empresa. A Nokia divulgará seus resultados financeiros do segundo trimestre no dia 22 de julho.

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Análise
Não é muito comum uma empresa rever suas expectativas pouco antes da divulgação do balanço. Um caso recente foi o da Palm, cujas vendas do smartphone Palm Pre ficaram muito abaixo do que a fabricante havia projetado.
O que se comenta entre analistas do setor de telecomunicações é que a Nokia não conseguiu acompanhar devidamente a evolução ocorrida no segmento high end. A empresa demorou demais a lançar aparelhos touch screen e seus modelos usam uma tecnologia não tão amigável quanto aquela oferecida por outros concorrentes. A facilidade de navegação dos menus dos celulares, que por tanto anos foi a marca registrada da Nokia, hoje deixa a desejar quando comparada com o iPhone ou com terminais Android. Em grande parte isso se deve à diferença entre os sistemas operacionais: o Symbian está atrasado frente aos principais concorrentes. Para completar, a loja de aplicativos da Nokia, a Ovi Store, deixa a desejar em variedade e qualidade de portfólio em relação à App Store e ao Android Market.
Apesar da má notícia desta semana, há luz no fim do túnel. A Nokia tem como ativo a maior base de celulares do mundo. O caminho para fidelizar esses usuários pode ser a venda de serviços. A empresa é especialmente forte na gama baixa, principalmente em países emergentes, como Índia e China. Lá, a Nokia tem tido sucesso na venda de serviços básicos, como o Ovi Mail. Esses são os mercados de maior potencial no futuro.
No segmento high end, a Nokia aposta suas fichas em novos sistemas operacionais, como o Meego, em parceria com a Intel, cujo foco são mobile computers, e o Symbian ^3, que deve ser lançado este ano com o smartphone N8. Ainda é uma incógnita para analistas se a Nokia terá sucesso com eles.

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