V.tal, Oi e Vero defendem padronização para sucesso de redes neutras

A padronização de interfaces de programação (ou APIs, no inglês) deve ser fator fundamental para o sucesso das redes neutras no País, apontaram fornecedoras e primeiras usuárias do modelo durante o evento Teletime TEC – DigitalTelco, promovido nesta segunda-feira, 16.

Diretor de TI da V.tal (empresa de redes neutras nascida da infraestrutura óptica da Oi), Sandro Simas destacou a importância da abordagem em um momento em que a empresa, em vias de concluir a transferência de controle, realiza a integração de sistemas ao lado de 25 clientes em diferentes estágios de implementação.

"O API [padronizado] é mandatório para a nossa arquitetura. Estamos em um modelo que tem que ser cada vez mais aberto ao mercado", defendeu o executivo. No momento, a V.tal já conta com plataforma para facilitar a recepção de operadoras clientes e prepara o lançamento de novos releases com funcionalidades extras nos próximos meses.

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Simas lembra que o trabalho deve ser minucioso, visto que boa parte das usuárias da infraestrutura neutra já possuem suas próprias redes, adicionando assim uma camada extra de complexidade ao trabalho de padronização. Para tal, tanto um rol de produtos e fornecedores pré-homologados quanto a possibilidade de diálogo com demais vendors é oferecido.

Clientes

Dentro do contrato da negociação com fundos geridos pelo BTG Pactual, o cliente "âncora" da V.tal é ninguém menos que a Oi – que vai se basear em rede da neutra para seguir atendendo clientes finais após a segregação e alienação do controle da sua infraestrutura. Para a empresa, a padronização de APIs é necessária não apenas para a eventual contratação de outros fornecedores de rede neutra além da V.tal, mas também para parcerias e serviços digitais que vão suportar o novo posicionamento estratégico da Oi.

"Temos que criar do nosso lado a capacidade de estar conectados nas APIs da V.tal e de outros integradores de serviços", destacou o diretor de tecnologia e operações da operadora, Ricardo Drumond, citando o segmento de e-commerce como área potencial. "[O mercado] definitivamente tem muita coisa para padronizar, e vamos ser habilitadores disso dada a nossa posição".

Outra empresa pioneira no uso da infraestrutura neutra da V.tal, a Vero recordou que tem a padronização em seu DNA por conta da trilha de M&A seguida pela empresa – e que exigiu um ritmo acelerado na integração de sistemas. Diretor de engenharia e tecnologia na operadora, Rodrigo Rescia apontou que a empresa está bem avançada na adequação das APIs, além de estar realizando uma avaliação positiva da experiência com redes neutras – considerada pela Vero uma terceira via para a expansão dos serviços de banda larga.

A operadora usa rede da V.tal para oferta em cidades selecionadas há cerca de um ano. Assim como entrantes do mercado de banda larga, a Vero tem inclusive uma cidade atendida por solução "praticamente fim a fim" de infraestrutura neutra da parceira. No geral, Rescia aponta "um ótimo resultado comercial e indicadores de qualidade similares aos da nossa rede própria" com o modelo, além de interlocução com outros players do segmento.

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