A Telecall está ampliando a sua rede de interconexão, sobretudo no estado do Rio de Janeiro, mirando aproveitar oportunidades de negócios com setores em crescimento, como data centers e plataformas over-the-top (OTTs).
A operadora de infraestrutura também vê potencial em parcerias com teles, atuando como suporte na implantação das redes 5G.
Recentemente, a Telecall alcançou a marca simbólica de 800 quilômetros de fibra óptica para estrutura de backbone no território fluminense, seu principal mercado, e 100 quilômetros na cidade de São Paulo. Toda a malha de interconexão é subterrânea.
De acordo com o diretor de atacado, MVNO e desenvolvimento de negócios da operadora, Marcelo Duarte, a empresa notou que, com a recente implantação de data centers no Rio de Janeiro – movimento liderado por grupos como Equinix, Scala, Odata e Ascenty –, o estado ainda apresentava "uma carência muito forte de infraestrutura de credibilidade", o que motivou a escalada dos investimentos.
"Qualquer fomento de serviço que seja um grande demandante de tráfego é uma fonte de novos investimentos [para a Telecall]", afirmou o executivo, em entrevista ao TELETIME, nesta quarta-feira, 16. "Os OTTs e os data centers têm sido os grandes demandantes de complementariedade de conectividade para os quais podemos agregar valor", acrescentou.
Duarte explicou que, fora do Rio de Janeiro, a estratégia é se posicionar por meio de pontos de presença (PoP) e firmar parcerias para complementar os serviços de interconexão. Mesmo em São Paulo, onde conta com malha de infraestrutura, a opção é por parcerias, em função da concorrência mais acirrada no território paulista.
De todo modo, a empresa tem se preparado para atender clientes que necessitam de redes de alta capacidade. "A demanda é muito diversificada. Naturalmente, muito em função da escassez de infraestrutura dos OTTs, está mais latente a demanda deles, que não constroem rede própria", ressaltou.
Expansão do 5G
Em outra frente, a Telecall busca ampliar os negócios como provedora de infraestrutura para o mercado de atacado das redes 5G. A empresa vê boas oportunidades nessa vertical tendo em vista a necessidade de as operadoras móveis implantarem as redes de quinta geração em todo o País.
Inclusive, Duarte destacou que "a demanda pela expansão do 5G está acelerando [de forma] muito forte". Contudo, as vencedoras do leilão do 5G "enfrentam limitações" para concluírem os projetos de expansão totalmente por conta própria.
"À medida que aparecem gaps [lacunas] ou deficiências de infraestrutura, também complementamos o atendimento das operadoras com a nossa infraestrutura, que, em determinadas regiões, é mais recente, robusta e resiliente", assegurou o executivo.
O diretor ainda disse que, no mercado de atacado de 5G, a empresa estuda levar as operações para além do Rio de Janeiro, mas ainda não definiu um território-alvo.