A operadora de satélites Viasat ainda está colhendo os frutos da medida provisória nº 1.108/2020, que reduziu a coleta do Fistel para o serviço. Nas contas da empresa, contudo, houve uma mudança de patamar em termos de base, uma vez que o desconto nas taxas de fiscalização foi repassado com reajuste nos planos em forma de cerca de R$ 20 a menos nas mensalidades dos clientes.
O diretor comercial da Viasat, Bruno Henriques, afirma que houve um tempo para a reação à MP, e que a mudança para a empresa ocorreu em março. "Já estamos vendo crescimento de 60% na demanda com a redução de 10% no preço. Mostra a elasticidade do preço e a demanda latente, com muita gente querendo comprar", declarou ele durante Live do portal Tele.Síntese nesta sexta-feira, 16.
Atualmente, a operadora tem uma base de 4,2 mil clientes, mas os dados da Anatel ainda são referentes a fevereiro. A promessa é que esse número cresça a partir de março e abril, após a implantação da nova precificação.
Também há previsão de que a parceria com a Sky, já em andamento, permita um "ramp-up" – ou seja, uma aceleração na distribuição da oferta – em lugares mais remotos. A operadora de TV por assinatura conta com mais de 3 mil pontos de presença.
Futuro
Para permitir um preço ainda mais acessível, Henriques diz que são necessários dois pontos: que a medida provisória seja transformada em lei, e o aumento da capacidade para reduzir o custo do megabit por hertz. No primeiro caso, é algo mais urgente, uma vez que o prazo se encerra em maio. "Precisamos garantir que se torne lei até o mês que vem, se não seria um retrocesso."
Já para a questão da capacidade, haverá um adiamento nos planos. A Viasat esperava lançar os satélites do sistema ViaSat-3, que prometem capacidade ultra high-throughput (UHTS) de mais de 1 Tbps por artefato, ainda neste ano, mas foi necessário fazer ajustes devido à pandemia. Henriques garante que o lançamento está garantido para o início de 2022.