Para radiodifusores dos EUA, batalha pelo espectro ainda não terminou

Para o presidente da NAB, associação de radiodifusores dos Estados Unidos, Gordon Smith, a radiodifusão tem um “futuro vibrante”, apesar dos tablets, smartphones etc. Na abertura do NABShow 2012, evento anual realizado pela associação em Las Vegas, Smith afirmou que o setor está “mantendo seus olhos no futuro”, apesar dos supostos esforços para se diminuir a força da radiodifusão sonora e audiovisual.

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Segundo Smith, foi uma vitória para a TV ter conseguido moldar a legislação sobre o espectro que incentiva que emissoras participem de um leilão voluntário de frequências, mas garantindo que aqueles que não quiserem participar estejam fora de perigo.

Para Smith, a disputa por espectro ainda não terminou. Segundo ele, a indústria de telecom “quer nos ver fora do mercado”. O executivo da NAB diz que a indústria wireless quer replicar o que os radiodifusores fazem. "Na verdade, eles estão desenvolvendo suas próprias redes de TV móvel, mas eles precisam de mais espectro para isso. O serviço deles, seguramente, não seria gratuito”, disse. “Parece que o governo pode estar na posição de escolher a indústria móvel como vencedora e o consumidor como perdedor”, completou.

O executivo provocou ainda as operadoras móveis, afirmando que, mesmo com “todo o espectro do universo”, a arquitetura de “um para um” nunca se compararia à habilidade da radiodifusão de se comunicar com as massas. “Por isso nos últimos 18 meses o número de lares americanos conectados apenas por broadband e broadcast saltou para 23%”, ironizou, em referência ao fenômeno cable-cut, que vem reduzindo a base das operações de TV por assinatura.

Conteúdo

“Este ano, nós testemunhamos um debate que colocou a comunidade do conteúdo contra a comunidade da tecnologia. Vocês devem ter ouvido da Sopa e Pipa, se tornaram nomes familiares do dia pra noite. A ideia por trás dos dois projetos era simples e direta: não roube nosso conteúdo”, disse Smith. Segundo ele, a comunidade da tecnologia, “os Googles e Wikis”, usaram, “assim como nós”, seus meios para moldar a opinião pública. “Eles usaram todas as ferramentas a disposição para desviar a opinião pública. Mudaram o debate”, criticou o líder da associação de radiodifusores.

Ainda em relação ao conteúdo, Smith afirmou que a NAB precisa continuar lutando pela manutenção do modelo de negociação sobre o direito de carregamento dos sinais dos canais abertos no cabo. “Infelizmente, algumas operadoras de cabo e satélite não querem pagar uma taxa justa pelos sinais das emissoras locais. Mas isso é o que a audiência mais quer, as notícias locais e o conteúdo que a TV aberta oferece”, disse.

Multiplataforma

Em seu discurso, Smith também incentivou a radiodifusão a buscar novas formas de monetizar o seu trabalho. Segundo ele, a TV precisa trabalhar agressivamente para adotar a transmissão móvel e o ultra HD. A transmissão pelo ar para dispositivos móveis já chegou a 35 mercados norte-americanos. “Estamos avançando sobre outras plataformas. E não são apenas telefones móveis. Também precisamos estar nos tablets, laptops e consoles de games e em dispositivos móveis que sequer foram inventados”, disse.

Para isso, a NAB lançou recentemente a NAB Labs. “Vamos providenciar a plataforma para inovação e para testar novas tecnologias”, afirmou Smith. “Nós temos o que todos os outros querem: ondas de rádio, conteúdo e uma conexão com o público local”, finalizou o presidente da NAB.

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