A possível formação de consórcios entre as provedoras regionais (PPPs) para atuação no 5G mira não apenas a disputa dos lotes regionais no leilão do meio do ano, mas também parcerias para atendimento de necessidades das grandes operadoras no novo cenário.
"Temos a possibilidade de ser protagonistas [no 5G] e a de ser apoio para as grandes operadoras", resumiu nesta terça-feira, 16, o CEO da Tely, Leonardo Lins. Segundo ele, acordos com as PPPs serão o caminho mais "inteligente" para teles cumprirem futuras obrigações do leilão 5G, sobretudo em áreas mais isoladas onde as empresas regionais já têm presença.
A capilaridade no interior (sobretudo no Nordeste) também foi destacada pelo CEO da Wirelink, Adriano Marques. "Estudos estimam que o Brasil vai precisar de mais 100 mil torres para o 5G. Podemos nos inserir e prestar serviços para as grandes", afirmou o executivo, durante evento promovido pela revista RTI.
Caminho próprio
Mesmo considerando a prestação de serviços para as teles, Marques reporta que já está buscando parceiros "do mesmo porte ou até menores" para traçar uma estratégia 5G própria.
"Vamos ter que juntar forças. E não adianta entrarmos só com 'metade': vamos precisar de 3G e 4G. Acredito que algumas operadoras que têm MVNOs poderão fazer essa parte da voz. Só não podemos ficar de fora do 5G", afirmou o CEO.
Pela Tely, Lins observou que as obrigações fixadas pela Anatel para o leilão são incompatíveis com o porte unitário das PPPs, o que também incentiva consórcios. Outro ponto levantado foi o caráter regional dos lotes, em vez de um recorte mais granular (como por municípios) defendido por algumas regionais.
No entanto, a avaliação geral é que o formato de edital 5G escolhido pela Anatel deve favorecer o segmento. "Precisamos pensar de forma coletiva e podemos nos tornar o quarto bloco [do mercado], no lugar da Oi", completou Marques, da Wirelink.