A participação da Pharol, antiga Portugal Telecom, na Oi totalizou 110 milhões de euros no final de 2020, informou a companhia nesta terça-feira, 16. Com isso, a portuguesa contabilizou no ano uma valorização de 47 milhões de euros somente com a participação na operadora brasileira, na qual já foi a maior acionista.
Essa valorização poderia ser ainda maior. A Pharol diz que o ganho total foi de 68,8 milhões de euros, mas a desvalorização do real frente ao euro reduziu isso em 21,1 milhões de euros. Para a empresa, "a desvalorização do real é também uma das principais, se não a principal, explicação para o agravamento dos prejuízos sentidos pela Pharol em 2020".
Ao longo de 2020, a portuguesa reduziu sua participação na Oi de 5,51% para 5,37% ao vender todas as ações preferenciais que detinha, além de "uma pequena porção de ações ordinárias".
Outro impacto da variação cambial foi no montante expectável do crédito sobre a Rio Forte, empresa na qual sofreu calote por parte do Grupo Espírito Santo de 897 milhões de euros em 2014. A companhia coloca que houve uma "limitada evolução no processo de falência" e "forte depreciação do valor dos ativos", o que causou uma redução de 11,1 milhões de euros no ano passado.
"No entanto, no caso concreto da Oi, registramos diversos desenvolvimentos positivos ao longo do ano, reflexo das medidas estratégicas implementadas pela nova equipe executiva, conseguindo reforçar a capacidade de investimento, o que se reflete no bom comportamento das ações em bolsa desta nova Oi em 2020", informou no comunicado ao mercado o presidente da Pharol, Luís Palha da Silva. Ele citou como exemplos dessas medidas o investimento em FTTH, que ele afirma ter excedido expectativas em número de homes-passed; e nos "passos seguros" para alienação de ativos como a Oi Móvel, a área de torres e os de infraestrutura de rede.
Vale notar que, desde novembro do ano passado, Palha da Silva voltou a ser membro do conselho de administração da operadora brasileira, da qual estava afastado desde março de 2018.
Resultado
Apesar dessa valorização na participação na Oi, a Pharol observou redução em indicadores. A. companhia alega não ter sentido reflexo direto da pandemia do covid-19 no nível operacional, mas entende que houve "consequências indiretas" em suas participações.
Assim, a companhia encerrou 2020 com resultado líquido negativo de 14,3 milhões de euros, contra um resultado positivo em 2019 de 20,7 milhões de euros. Por outro lado, a empresa reduziu o EBITDA negativo de 4,2 milhões de euros para 3 milhões de euros no ano passado.