Analistas especulam sobre futuro da BrT sob novo controle

Nos cálculos de analistas especializados no setor de telecomunicações, a consolidação das ações ordinárias detidas indiretamente pelo Citibank na Solpart (holding controladora da Brasil Telecom), mais a participação direta e indireta dos fundos de pensão e da Telecom Italia na empresa soma algo entre 57% e 60% da holding. Ou seja: já haveria condições de controle imediato da companhia. O Opportunity, por sua vez, ficaria na situação minoritária (cerca de 40% da Solpart). A conta que tem circulado entre os analistas é a seguinte: destituindo o Opportunity do CVC/Opportunity Equity Partners LP, fundos e Citibank assumem o controle total sobre a Techold, que tem 19% das ações ordinárias Solpart. A Telecom Italia já tem outros 19% das ONs da empresa. E o Citi teria ainda um terço da Timepart, que por sua vez tem 62% da Solpart. Os outros dois terços estão com Daniel Dantas. O problema dessa conta é que a Timepart é uma empresa limitada e não se conhece os acordos entre seus cotistas. Além disso, a presença do Citibank nessa empresa também é duvidosa. Até 2004, ele participava por meio de uma empresa de fachada chamada CSH LLC. A CSH foi substituída por outra, chamada Woog Family Partnership, que ninguém sabe se ainda é ou não uma fachada para o Citibank, só o próprio Citi e o Opportunity. Além disso, uma vez assumido o controle da Techold, os fundos de pensão e o Citibank podem diluir a Timepart, o que se faz ativando uma cláusula do estatuto da companhia que converte as ações preferenciais da Solpart em ordinárias.
Na visão dos analistas, apesar de as contas serem promissoras no papel, há sempre a alta possibilidade de uma guerra na Justiça movida por Daniel Dantas. E os analistas também não estão convencidos sobre a opção de ter a Telecom Italia no controle. Acham que isso pode ter um lado ruim, que é a efetiva sobreposição da operação móvel telefonia móvel com a TIM. A única solução para o impasse seria integrar a TIM à Brasil Telecom, o que poucos acreditam que a Telecom Italia realmente queira fazer.
De toda forma, Jeffrey Nobles, do BBVA, acha que essa mudança de controle é positiva. No entanto, ele acredita que é ?altamente plausível? que a Brasil Telecom seja forçada a vender sua operação móvel, ?o que poderia deixar a companhia sem uma de suas principais fontes de crescimento?.

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Entre analistas financeiros, poucos são os que acreditam em alguma espécie de veto da Anatel à mudança de controle da Brasil Telecom, inclusive com relação à eventual volta dos italianos. Entende-se que o governo apóia essa idéia, só faltando uma solução para a sobreposição para as operações móveis.
Ainda que os sinais dos italianos sejam, até o momento, claros e objetivos em relação ao interesse por uma operação fixa, alguns analistas avaliam que talvez a Telecom Italia não queira efetivamente comprar a Brasil Telecom. Pelo menos não toda a participação dos fundos, do Citibank e os resíduos do Opportunity. Há quem acredite que o foco da operadora italiana seja a telefonia móvel e que sua insistência na volta ao controle da BrT pode visar apenas a maximização do valor da empresa para futura venda.
Surgem, nessas especulações, algumas hipóteses: 1) interesse da Portugal Telecom que, supostamente, poderia vender à Telefônica a sua posição na Vivo; 2) rumores de que a inglesa Vodafone estaria de olho no mercado brasileiro.

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