Europa terá 6 bilhões de euros para sistema de satélites de conectividade

Foto: Pixabay

A União Europeia (UE) apresentou esta semana um plano para construção de um novo sistema de satélites para conectividade no continente. O projeto para comunicações críticas deve exigir pelo menos 6 bilhões de euros em recursos.

Segundo a Comissão Europeia, 2,4 bilhões de euros devem ser fornecidos pela própria UE entre 2022 e 2027. Diferentes fontes do setor público (como estados-membros e a Agência Espacial Europeia, ou ESA) devem completar o financiamento, bem como investimentos do setor privado.

"Esta iniciativa reforçará ainda mais a competitividade do ecossistema espacial da UE, uma vez que o desenvolvimento de uma nova infraestrutura proporcionaria um valor acrescentado bruto (VAB) de 17 a 24 bilhões de euros e criaria mais postos de trabalho na indústria espacial do bloco", afirmou a Comissão Europeia, em comunicado.

Notícias relacionadas

Na ocasião, a conectividade a partir do espaço foi classificada como peça fundamental na manutenção do "poder econômico, liderança digital, soberania tecnológica e competitividade do bloco". Os usos do sistema passariam por áreas críticas como defesa, vigilância e setor financeiro.

A frota também deve atender zonas de sombra do continente, bem como locais estratégicos da África e do Ártico. Especificações técnicas do novo sistema não foram reveladas, mas podem envolver "tecnologias inovadoras e disruptivas, a mobilização do ecossistema do Novo Espaço" e inovações em comunicação quântica que garantam uma cifragem segura.

Resultados mais concretos sobre a modelagem estão previstos para junho de 2022, depois de dois contratos para a etapa terem sido adjudicados no final de 2021.

Gestão de tráfego

Em paralelo, a Comissão Europeia também anunciou a proposta de uma nova abordagem no bloco para gestão de tráfego espacial, dada a evolução recente em termos de lançadores reutilizáveis, pequenos satélites e iniciativas privadas no espaço – especialmente na baixa órbita.

O cenário teria capacidade de colocar em risco a segurança dos meios espaciais de estados-membros, de acordo com o bloco. Por isso, a UE cobrou iniciativas concretas, incluindo operacionais e de legislação, que promovam a "utilização segura e sustentável do espaço". As medidas exigiriam uma abordagem multissetorial para atingir escala global, o que deve ensejar parcerias internacionais.

Desde 2016 que a UE dispõe de uma capacidade de vigilância e rastreio de objetos no espaço (o sistema SST), executada pelo Consórcio SST. Até hoje, mais de 130 organizações europeias de 23 estados-membros inscreveram-se nos serviços de prevenção de colisões, análise de fragmentações e análise de reentradas. Atualmente, mais de 260 satélites da UE, incluindo as frotas Galileo e Copernicus, se beneficiam da estrutura.

Em 2021, os parceiros da SST da UE compartilharam 100 milhões de medições através da sua plataforma de partilha e dados. Mais recentemente, o serviço de análise de fragmentações SST da UE confirmou a deteção e o seguimento de detritos espaciais resultantes da destruição de um satélite em órbita baixa (Cosmos 1408) na sequência de um ensaio antissatélite realizado pela Rússia em novembro do ano passado.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!