Diante de um cenário volátil e com a TIM apertando os cintos para reverter quedas na receita, o CEO da controladora Telecom Italia (TI), Marco Patuano, precisou endereçar novamente a discussão de um processo de consolidação com a Oi durante conferência para analistas e investidores nesta terça, 16. Ele garante não haver negociação ocorrendo atualmente, e diz que mesmo a revisão do modelo de concessão beneficiando a Oi pode não ser o suficiente. "Se o regulatório parece estar na direção certa, acho que o ponto da preocupação é industrial, os ativos continuam sendo subinvestidos", afirma, comparando com o "bom trabalho" na estratégia de outra concorrente, a Vivo, com a infraestrutura fixa.
Patuano ressalta que o importante de qualquer negociação é se mostrar vantajosa para todas as partes, incluindo acionistas da própria TI, da TIM e do player com quem eventualmente faria a consolidação. Ele descarta ser uma questão de governança corporativa que impeça a transação. "Se não for bom, simplesmente não acontece, e quero ter certeza de que seja bom para todas as partes", disse.
A questão é que, por mais que a situação da TIM Brasil esteja em um momento de desafios com a pressão do mercado e o cenário macroeconômico deteriorado, a melhor opção continua sendo deixar a empresa literalmente cuidar do próprio negócio. "Acho que hoje é mais racional e disciplinar manter o time trabalhando em mudar a posição muito delicada da companhia. Vemos um ponto de inflexão de receita estar muito próximo, então vamos deixar os caras trabalhando no que têm que fazer", declarou, dando a entender que o momento para a consolidação pode já ter passado. "Sempre ouço pessoas falando que o tempo está do seu lado, mas talvez seja também o caso de o tempo deixar algo que seja impossível de reverter", argumenta.