A Telemar questionou duramente a Anatel em relação às novas propostas da agência para o modelo de acesso discado à Internet. Os questionamentos foram feitos durante a audiência pública sobre o tema realizada pela agência em Brasília nesta quinta, 15. A Telemar considera que as propostas da Anatel podem causar desequilíbrio financeiro para a empresa e que isso teria que ser repassado para o consumidor que não usa a Internet. Surpreendente, esta posição se aproxima muito dos argumentos utilizados por teles e provedores que contestam o fato de a Telemar sustentar o iG com um modelo de remuneração por tráfego gerado.
A Telemar argumentou para a Anatel que a cobrança por tarifa fixa (flat fee), ou por um número de acesso específico (tipo 0700), representam modelos provavelmente subsidiados, em que a tele precisaria bancar o custo do acesso. A tele argumentou à Anatel que quem pagará a conta será o usuário que não acessa a Internet, pois a operadora não poderá reduzir a assinatura básica uma vez que terá custos adicionais para sustentar as novas formas de acesso.
Algumas teles, provedores de acesso e a Abranet (associação de provedores) contestam a viabilidade do acesso gratuito justamente nesse ponto. Dizem que ao dar acesso gratuito e remunerar o provedor pelo tráfego, as teles (por exemplo a Telemar, com o iG) estariam sangrando o seu caixa e o maior prejudicado seria aquele usuário do serviço telefônico que não usa a Internet.
Edmundo Matarazzo, superintendente de universalização da Anatel, respondeu dizendo que a maior parte das preocupações da Telemar dizem respeito a um modelo de remuneração pela interconexão necessária às novas formas de acesso à Internet propostas e que esse tema é alvo de regulamentação específica, que ainda está sendo desenhada pela Anatel.