A pressão da Vivendi deu certo e a assembleia extraordinária de acionistas desta terça-feira, 15, acabou não aprovando a conversão de ações preferenciais em ordinárias da Telecom Italia, controladora da TIM Brasil. A companhia italiana divulgou que 62,5% dos acionistas votaram a favor da transação, mas era necessário um mínimo de 66% para autorizar a operação. Interessante notar que apenas 1,5% votaram contra, enquanto 36,1% dos acionistas presentes (que foram 55,67% do total de detentores de ações ordinárias) se abstiveram.
A Vivendi prometera no final da semana passada se abster da votação por não concordar com a taxa de conversão de 0,95 euro, alegando que a troca só beneficiaria os acionistas preferenciais. A companhia francesa também reclamou que o board de diretores da Telecom Italia não estaria representando a composição acionária atual – ou seja, a própria Vivendi pleiteava maior presença entre a diretoria. E conseguiu: a proposta dela de aumentar o board de 13 para 17 membros foi aprovada, assim como a lista de quatro nomes (Arnaud Roy de Puyfontaine, Stéphane Roussel, Hervé Philippe e Félicité Herzog) também sugerida por ela.
Com isso, a Vivendi conseguiu ampliar com sucesso sua influência na Telecom Italia. A proposta de conversão de ações foi aprovada em novembro, incluindo aval da própria francesa. No entanto, a maior acionista do grupo italiano passou a considerar injustas as condições da transação, que poderia diluir sua fatia de 20,5% para cerca de 16%. Em junho deste ano, a Vivendi passou a ser a maior acionista da TI, com 14,9%, com a permuta de ações (swap) que representavam 4,5% da participação na Telefônica Brasil, conforme combinado na venda da GVT. Desde então, a companhia aumentou gradualmente sua presença.