A não aprovação da reestruturação societária da Telemar foi ruim também para as ações da Brasil Telecom, mas não foi exatamente uma surpresa. Fontes da BrT avaliam que o modelo de reestruturação proposto, ainda que interessante, carregava o ônus de, paralelamente, incluir uma venda de controle da companhia. "A relação de troca foi toda calculada considerando o quanto os controladores acharam que valeriam suas posições, o que acabou sendo considerado abusivo pelos minoritários", diz uma fonte que observou atentamente todo o processo.
A Brasil Telecom, contudo, nega as informações publicadas por alguns jornais de grande circulação de que estaria já fazendo uma avaliação para uma reestruturação semelhante. E nega especificamente, e com veemência, que tenha contratado ou sequer sondado o mesmo escritório de advocacia que fez a reetruturação da Telemar. Trata-se do escritório Barbosa, Müssnich e Aragão, que tem entre seus sócios Francisco Maciel Müssnich, advogado intimamente ligado a Daniel Dantas e que foi um dos mais ativos personagens na época da expulsão do Opportunity da gestão da BrT. Müssnich presidiu assembléias em que o grupo de Daniel Dantas tentou evitar, com manobras diversas, a sua destituição. Segundo fontes da Brasil Telecom, seria impensável a contratação deste escritório, contra os quais a Brasil Telecom tem, inclusive, pendências judiciais. Aliás, haveria conflito de interesses, já que o escritório de Francisco Müssnich presta serviços para o Opportunity. Ou seja, a notícia é absolutamente inverídica, diz fonte da Brasil Telecom.
A BrT considera que a reestruturação da Telemar era um parâmetro para todo o mercado, dada a sua importância inclusive conceitual, e que obviamente os eventuais erros cometidos pela tele terão que ser avaliados, diz uma fonte. Mas, por enquanto, não existe nada em andamento.
AGE da Telemar