Não há rede neutra boa ou ruim, avalia gerente da Anatel

Gerente de monitoramento das relações entre prestadoras da Anatel, Fabio Casotti

A Anatel está acompanhando o desenvolvimento do mercado de redes neutras, mas não há uma preocupação específica de julgamento de valor no aspecto da neutralidade. O gerente de monitoramento das relações entre prestadoras da agência, Fabio Casotti, entende que o País precisa de investimento na infraestrutura de banda larga – e por isso, uma discussão sobre algum grau de neutralidade nessas infraestruturas seria apenas uma "alavanca de marketing". 

"Serão muito bem vindas as redes neutras e não neutras para suprir lacunas", declarou ele durante evento sobre o Plano Geral de Metas de Competição (PGMC) promovido pelo portal Tele.Síntese nesta sexta-feira, 15. 

Casotti afirma haver vários "tons" de neutralidade nessa oferta de atacado. "O atributo da neutralidade é falado como se fosse positivo, todo mundo tem buscado isso. Mas não tem um pressuposto de bom ou ruim, desejado ou não", declara. "Apesar do marketing associado, e isso faz parte do jogo, não é por aí o discurso regulatório."

Notícias relacionadas

Na opinião de Casotti, isso precisa ser abordado com o paradigma da estrutura, conduta e desempenho. Ele diz que a Anatel já possui uma "ferramenta analítica consagrada" para avaliar estruturas, dinâmicas de comportamento de mercado e avaliar incentivos e remédios para buscar uma relação equilibrada com desempenho financeiro. 

"A dinâmica da separação estrutural que hoje foi concebida como racional na Oi está prevista, no mínimo, desde 2012, com o PGMC", destaca. "A questão é como dosar e regulamentar. O regulador não dialoga com alavancas de marketing, nosso campo é mais tecnocrático, de densidade mais técnica, regulatória e concorrencial."

Dinâmica de mercado

Ainda assim, há um ponto a ser defendido pela neutralidade: as condições de mercado e entrega de qualidade de serviço. Nova diretora regulatória da Oi, Viviane Prado explica que a experiência no setor elétrico, onde atuou anteriormente, mostra que é possível haver uma separação estrutural para uma atuação neutra no atacado. "Realmente é neutro, porque tem questões de governança, metas, diretoria e interesses destacados", diz, referindo-se à separação das distribuidoras com geradoras de energia elétrica. 

Prado argumenta que no caso da tele e sua relação com a V.tal (antiga InfraCo), interessa uma maior taxa de ocupação da rede também. "Dependendo da evolução tecnológica, do oferecimento de outras empresas de rede neutra, a Oi também vai contratar delas, e isso é a dinâmica do próprio mercado", avalia. Em março deste ano, a Oi demonstrou preocupação com a demanda para a profusão de projetos de rede neutra no mercado.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!