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Não há impeditivo técnico para mitigação na banda C, dizem operadoras

Foto: Pixabay

Para a associação de operadoras de telecomunicações Conexis (ex-SindiTelebrasil), não há nenhuma questão técnica que impeça a adoção de filtros para mitigar a interferência do 5G em 3,5 GHz nas TVROs na banda C. Conforme estudo encomendado pela entidade e realizado pela consultoria LCA, já se considera que a solução dos últimos testes da Anatel que teria sido bem sucedida poderia ser facilmente replicada no mercado. Isto é: não há dependência de apenas um fornecedor ou produto. Sendo assim, já consideram possível a mitigação sob o ponto de vista técnico.

Com base no estudo apresentado nesta quinta-feira, 15, e em informações dos testes de campo do CPQD para a Anatel, as entidades afirmam não haver desafios técnicos para a implantação da solução de mitigação por filtro LNBF, inclusive considerando-se a escala – até o momento, apenas um tipo de equipamento teria sido aprovado pela agência. “O que fizemos foi uma coleta de preços com fornecedores de equipamentos para o que precisa para a migração para a banda Ku [e para a mitigação na banda C]”, declara a consultora da LCA, Cláudia Viegas. 

Entre as empresas consultadas estão a Visiontec, Greatek e Trinidade, consideradas “possíveis fornecedores” para a solução, chegando ao preço médio de R$ 76 por equipamento (e mais 120 de mão de obra para instalação). “Já são valores de mercado, e com o dólar com o qual presumimos em previsões de longo prazo da [área de macroeconomia] da LCA, para não ter um câmbio inflado como é hoje e ao longo de sete anos”, completa Viegas. Esse prazo é o estimado para cumprir todas as etapas do cronograma para adequação ao cenário e é concomitante à implantação do 5G.

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Em comparação, a migração para a banda Ku representaria um custo total de R$ 482,81, composto por R$ 279,48 com o kit de recepção (antena parabólica, LNBF da banda Ku, receptor e cabo coaxial RG59/RG6) e R$ 203,33 com mão de obra e deslocamento.

Mitigação é possível

O pesquisador sênior da Fundação CPQD, Marcus Manhães, diz que a Anatel proporcionou mudanças de critérios durante a fase de testes de campos para acomodar a atribuição do 5G para até a frequência de 3,7 GHz, quando inicialmente considerava-se apenas até o 3,6 GHz. Assim, o CPQD fez avaliação prévia de “inúmeros dispositivos”, selecionando três grupos e dos quais apenas um foi tido pela agência como capaz de atender as necessidades adicionais. Contudo, tratam-se de especificações, e não de um produto ou modelo específico. 

A solução técnica não apresenta nenhum desafio do estado da arte, é questão de organização técnica, geometria e eletrônica. Outros fabricantes têm potencial de repetir o desempenho ou fazer melhor”, afirma Manhães. “É confiança do ponto de vista técnico, o setor não apontaria uma solução de fornecedor único. Telecom e radiodifusão querem segurança”, declara.

Assim, o pesquisador do CPQD reitera: “Há segurança técnica para dizer que a mitigação é possível, não é mais uma questão técnica, é da ordem econômica e da estratégia que a Anatel tem para a distribuição de espectro”. O presidente da Conexis, Marcos Ferrari, complementa ao dizer que não se trata de otimismo, e sim “premissas baseadas no realismo”, uma vez que os testes da agência foram acompanhados por diversos representantes do setor. “As amostras atendem com folga todos os requisitos que foram estabelecidos na última leva pela agência.”

Digitalização

Segundo Marcus Manhães, a substituição do decodificador não está intrínseca na mitigação, mas seria obrigatória na migração. Ou seja: seria uma premissa do proprietário do equipamento e do radiodifusor deixar de operar no sistema analógico. Ele afirma que há estudos que já determinam que a organização da TVRO para a faixa de 3,8 GHz a 4,2 GHz não necessita da digitalização. “Temos 19 canais analógicos na grade, no satélite [Embratel Star One] C2, o que tem maior número de transmissões analógicas, e é possível garantir e acomodar todos os programas entre essas frequências. Então, para a manutenção, não se exige digitalização. E se não há exigência, não há premissa”. 

2 COMENTÁRIOS

  1. E que mais importante, vai gerar custos ao usuário que hoje tem seu equipamento operacional, graças ao investimento que sem razão estará perdido e ainda será obrigado a refazer sem uma unica compensação… É uma das ações já conhecidas, muito parecida com a das tomadas de três pinos que só atendem os interesses de uma minoria interessada.

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