OneWeb aposta em terminal de US$ 250 para conectar o planeta

Com um plano de negócios que prevê o lançamento de um total de 648 satélites de órbita baixa (LEO) para cobrir com banda larga todo o planeta a partir de 2018, a OneWeb espera entrar em operação no final de 2019, ou no começo de 2020. Projetos de obter uma cobertura global com uma frota de centenas de satélites de baixa órbita (LEO) já foram tentados no final dos anos 90, como o da Iridium e Globalstar, mas não obtiveram o resultado esperado. Mas o destino da OneWeb será diferente, garante seu fundador Greg Wyler, em painel que abriu o Congresso Latino-Americano de Satélites 2015 nesta quinta, 15, no Rio de Janeiro. "Em 97, eram projetos incríveis, mas a tecnologia não era tão boa e a maior mudança veio com a evolução dos semicondutores, cada vez menores e com maior capacidade. Isso afeta o terminal e a massa do satélite e agora ficou mais fácil", analisa o empreendedor, que também foi responsável pela criação da O3b.

Os satélites da OneWeb estão sendo desenvolvidos para ter vida útil estimada entre 10 e 12 anos, com capacidade inicial de 10 Gbps cada e baixa latência – cerca de apenas 30 ms, níveis hoje equiparáveis aos do LTE e modems de banda larga fixa. "Isso nos permitirá oferecer banda larga para serviços móveis e fixos, combinados com redes móveis, em lugares remotos e de baixo desenvolvimento. Porque o nosso negócio não é vender MHz, nosso mercado é muito mais diversificado e a chave para conectar o mundo todo é 'empoderar' as comunidades para que criem suas próprias redes", argumenta Wyler.

O plano da OneWeb contempla um terminal a base de energia solar para receber os sinais de satélite de US$ 250 e um custo pelo serviço que seria de apenas 10% da renda do indivíduo que contratar. O desenvolvimento do terminal está sendo liderado pela Hughes, investidora do projeto, e ele funcionaria como um hotspot para a comunidade, já que com o chipset da Qualcomm (também investidora) integrado seria capaz de combinar a conectividade do satélite com tecnologias celulares de 2G, 3G, 4G LTE e ainda Wi-Fi. "Esse custo pode ser rateado pela comunidade e depois poderá virar fonte de receita vendendo capacidade para operadoras móveis. Nosso sistema é desenhado para integrar e uma vez que o modelo de negócios pegar, as operadoras serão parceiras", prevê Wyler.

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Ele explica que os terminais passarão a funcionar como estações radiobase (ERBs) de telefonia móvel, e essa capacidade seria negociada pela própria OneWeb com uma ou mais operadoras móveis que tiverem interesse nessa infraestrutura de antenas.

Segundo Wyler, governos também estão interessados na tecnologia integrada de satélite e telefonia móvel para serviços de emergência e resposta a catástrofes.

Hughes e Qualcomm são parceiras de tecnologia e investidoras da OneWeb, assim como Airbus, Bharti Enterprises, Coca-Cola, Grupo Salinas, Intelsat e Virgin.

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