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Para Santanna, críticos do plano de banda larga são "órfãos da telefonia"

A primeira declaração pública do secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, desde que foi desautorizado pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, a falar como porta-voz do governo sobre o Plano Nacional de Banda Larga colocou ainda mais lenha na fogueira que se tornou o projeto.
Santanna, que diz apenas apresentar a sua visão sobre o que pode ser o plano, e não a do governo, aproveitou o último painel do segundo dia da Futurecom para rebater críticas à sua ótica do que deve ser privilegiado na inclusão digital.
As críticas partiram basicamente de Renato Guerreiro, ex-presidente da Anatel; e Juarez Quadros, ex-ministro das Comunicações, que acham que a aposta do governo deve ser a ampliação do governo eletrônico em detrimento da criação de uma infraestrutura pública. Santanna não se conteve no contra-ataque.

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"Eu fiquei impressionado com o que ouvi aqui dos órfãos da telefonia. Eu confesso que esperava mais", provocou o secretário. "Quem diz isso não entende o mundo em que estamos vivendo hoje", complementou, rebatendo as declarações de que tem sido dada uma importância desmedida para a banda larga.
Cópia
Santanna também reclamou das críticas de que o governo não deve "copiar" modelos de outros países porque eles não funcionaram no Brasil. Essa reclamação vem do fato de que os defensores do plano voltado para infraestrutura se apóiam em projetos como o que vem sendo tocado na Austrália. "Nós estamos de fato com a turma das antigas aqui, com os órfãos das teles que acham vamos fazer Internet pelo telefone", protestou. "Por acaso a privatização foi criada aqui? Não, né? Foi copiada de alguém".
O secretário disse que não é contrário a uma política de governo eletrônico, mas essa estrutura de serviços depende de uma série de ações de unificação e sinergia de redes e bancos de dados que precisa ser feita de forma bem planejada. A meta de sua defesa para uma rede pública de banda larga é garantir que haja competição e, com isso, ampliação da possibilidade de acesso pelo cidadão à Internet e, consequentemente, a serviços de e-gov.
Para Santanna, é essencial uma ampliação da banda larga para as classes mais baixas porque hoje a grande gama de serviços e-gov acaba sendo para as classes altas. "Como o serviço de declaração de imposto de renda pela Internet, porque é rico que paga imposto de renda neste país", exemplificou.
Priorizar simplesmente os serviços de governo eletrônico, como defendido pelo Minicom, é "até um desrespeito com os trabalhos dos municípios", segundo o secretário, que avançaram na construção de cidades digitais e na oferta de serviços públicos para a população.
Atrito
As críticas à visão de Santanna não partiram apenas dos consultores presentes no debate. O jornalista colunista do Estado de S. Paulo, Ethevaldo Siqueira, fez duras críticas à ideia de ressuscitar a Telebrás e de o governo ter uma rede pública de banda larga. O jornalista também reclamou que o secretário do Planejamento não o atendia para dar entrevista sobre sua proposta. O embate entre o secretário e o jornalista acabou arrancando risos da platéia por conta de uma oferta inesperada de Santanna para conceder uma entrevista ao vivo na CBN, onde Siqueira também tem uma coluna semanal, depois de dizer que não se lembrava de ter sido procurado pelo jornalista.
Depois de terminado o painel, Santanna realmente foi até o estúdio da CBN instalado na Futurecom e aguardou por 40 minutos uma possibilidade de entrar ao vivo com o jornalista. No entanto, a rádio manteve a programação e a entrevista acabou não sendo feita.

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