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"Estão dando uma importância desmedida para a banda larga", diz Guerreiro

O segundo dia de debates da Futurecom rendeu aos participantes do evento uma inesperada discussão entre duas referências do setor de telecomunicações e um representante do governo. De um lado estavam o consultor e ex-presidente da Anatel, Renato Guerreiro, e o ex-ministro das Comunicações, Juarez Quadros, e do outro o secretária de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna. O tema do atrito foram as diferentes visões sobre qual deve ser a política pública do governo para banda larga.
Uma das declarações mais contundentes foi do especialista Renato Guerreiro. Para o ex-presidente da Anatel, as discussões até agora está superestimando a banda larga. "Está se dando uma importância desmedida para a banda larga porque ela é uma simples infraestrutura", ponderou Guerreiro, que criticou o foco da ala do governo que defende a entrada do governo como gestor de uma rede pública de banda larga. "Acho que o foco na infraestrutura é distorcido, atrasado. É desvirtuar um recurso, uma inteligência do governo para uma atividade que já é feita pela iniciativa privada", argumentou.
Para Guerreiro, é preciso investir na qualidade dos serviços prestados, inclusive pelo governo. "Acho que o foco mais importante é o desenvolvimento dos aplicativos para levar os governos para a casa do cidadão".

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O ex-ministro Juarez Quadros também minimizou o alvo na banda larga. Para Quadros, "com um simples telefone, muitas coisas são possíveis", ressaltando os efeitos da universalização do STFC que ampliou a oferta de linhas fixas. Na visão do ex-ministro, a cobertura existente de banda larga é bastante consistente e é preciso encarar que o "pobre coitado" que mora em pequenas localidades não tem necessidade de uma ultra banda larga. "Será que falta infraestrutura? Eu acho que não. Mais de 50% dos municípios brasileiros já têm condições de acesso à banda larga", afirmou.
Quadros ressaltou que há uma barreira econômica no Brasil, que afastou os consumidores dos serviços universalizados de telefonia fixa e que a tendência é afastá-los também da banda larga. Mas, para o ex-ministro, a culpa do alto custo dos serviços de telecomunicações é a carga tributária. "Você considera o serviço caro e é caro sim. Mas é caro por causa do tributo", declarou.
Quadros fez uma franca defesa do caminho sugerido pelo ministro Hélio Costa para o Plano Nacional de Banda Larga, onde a parceria com as teles e o estímulo ao aumento dos serviços de governo eletrônico são o alvo. "Eu espero que o atual ministro das Comunicações consiga puxar para si o que é sua atribuição constitucional e contar com o prestígio do presidente Lula", comentou Quadros.

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