Verizon aposta no pré-pago ao comprar MVNO da dona da Claro nos EUA

Foto: Pixabay

O grupo mexicano América Móvil, que no Brasil controla a Claro (Claro móvel, Embratel e Net), fechou na segunda-feira, 14, a venda de sua subsidiária para o mercado dos Estados Unidos, a operadora móvel virtual (MVNO) Tracfone para a Verizon por quase US$ 7 bilhões. O valor da compra é significativo, especialmente no mercado de celulares pré-pagos dos EUA – conforme cotação desta terça, 15, são quase R$ 37 bilhões, valor bem acima do que os R$ 16,5 bilhões que o consórcio da Claro com TIM e Vivo pretendem pagar pela Oi Móvel.

Segundo análise da consultoria GlobalData, a Verizon está de olho não só na base de 21 milhões de acessos da MVNO da América Móvil, mas também em uma marca secundária para atender ao mercado pré-pago. Concorrentes como AT&T e T-Mobile utilizam essa estratégia, respectivamente com a Cricket Wireless e a Metro. 

"A Verizon ganhará uma base substancial de assinantes pré-pagos com a Tracfone, fazendo dela o maior provedor de serviço pré-pago dos EUA", afirmou a analista sênior da GlobalData, Tammy Parker. Segundo a analista, apesar de a MVNO ter conseguido bom desempenho durante a pandemia, a Verizon já havia sinalizado interesse em lançamento de marcas exclusivamente digitais, como a Visible Wireless e a Yahoo Mobile, mas que apenas foram "soluções interinas".

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"Dado que mais de 13 milhões dos 21 milhões de acessos da Traconfe já estão na rede da Verizon, será uma transição fácil para a maioria dos clientes", destaca Parker. A consultoria espera que a aquisição também permita a consolidação de submarcas da Tracfone, embora algumas, como a relacionada à rede varejista Walmart, possam permanecer intocadas. 

Transação

A norte-americana Verizon aceitou pagar US$ 6,250 bilhões pela Tracfone, dos quais metade será em dinheiro e a outra metade, em ações próprias. Após o fechamento da transação, mais US$ 500 milhões serão pagos caso a MVNO continue a apresentar "certas medidas de desempenho" durante os 24 meses subsequentes à finalização. Outros US$ 150 milhões seriam pelo pagamento de garantias no mesmo período de dois anos.

A AMX continuará a se beneficiar do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) gerado pela Tracfone durante o ano fiscal de 2020 e até a data de fechamento da venda. Naturalmente, a transação é sujeita às costumeiras aprovações regulatórias e governamentais. A expectativa é que o negócio seja finalizado "durante 2021". 

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