Durante o segundo dia do Painel Telebrasil 2020 realizado nesta terça-feira, 15, o presidente da Claro Brasil, José Félix, questionou a migração dos sistemas de TVRO para a banda Ku como solução para utilizar a faixa de 3,5 GHz no 5G. Segundo o executivo, a alternativa favoreceria apenas os radiodifusores.
"A interferência [em 3,5 GHz] pode sim ser mitigada através do uso de filtros a um custo estimado de R$ 500 milhões. [Então] por que nós faríamos uma migração com custo estimado de R$ 3 bilhões? Seria transferência de recursos público para a TV aberta por satélite, privilegiando unicamente os radiodifusores", argumentou o executivo.
"Também enxergamos risco fortíssimo de atraso [no 5G], pois uma migração dessa natureza não é de forma alguma uma coisa simples e demandaria muito tempo", prosseguiu Félix.
No momento, a alternativa de migração da TVRO para a banda Ku é vista como mais provável pela Anatel, uma vez que a agência ainda tem dúvidas se os filtros necessários para uma estratégia de mitigação de interferências em 3,5 GHz funcionam. Essa opção é defendida pelas teles.
Garantia
Félix ainda listou outras demandas da Claro para o certame. Entre elas, que nas obrigações para vencedores esteja a previsão de uso do espectro vendido em aplicações 5G. Segundo o executivo, isso afastaria do leilão "aventureiros e especuladores" interessados na compra de espectro para revenda.
O presidente da operadora ainda defendeu um leilão "isonômico e sem privilégios para pequenos operadores" e um mínimo de 100 MHz de espectro em 3,5 GHz para cada grande operadora.