Ciena quer endereçar crescimento de tráfego com inteligência artificial

O crescimento do tráfego de vídeo sempre foi esperado, mas não na dimensão atual – e com projeção futura ainda maior. Por isso, é necessário pensar em uma forma de a rede lidar com mais dados de forma mais flexível e autossuficiente com inteligência artificial. É o que defende a presidente da fornecedora Ciena no Brasil, Patrícia Vello. Especialmente em uma realidade em que o avanço no volume trafegado nas redes não se reflete no crescimento das receitas. "Você precisa ter redes mais eficientes, que tenham capacidade de gerar tráfego cada vez maior e com custo cada vez menor", afirmou ela em entrevista. Por isso a aposta é em infraestruturas autônomas com elementos de virtualização.

No Brasil, a companhia conta com clientes como Angola Cables, no projeto do cabo submarino Monet (que é também da Algar Telecom, Google e da uruguaia Antel); Equinix em plataforma de interconexão de data centers; com a TCR Telecom no projeto do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro; e Telefônica, com a implantação de solução de 100 Gbps com a Telxius na rede submarina e terrestre SAM-1. Com o grupo da operadora Vivo, a iniciativa conta com um serviço para fazer previsão de qualidade técnica da rede, prevendo problemas técnicos.

Esse conceito é um dos que a fornecedora pretende desenvolver mais com tecnologias como inteligência artificial (AI) e machine learning. "Hoje temos uma aplicação de saúde da rede, que usa algoritmos de AI para predizer futuros problemas", explica Vello. "Ela (a infraestrutura) começa a ter comportamentos diferentes em determinadas situações e conseguimos prever que existe risco de determinada parte falhar." Assim, o cliente já consegue enviar a manutenção para determinada região antecipadamente.

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Para tanto, as operadoras precisam abraçar as novas tecnologias como redes definidas por software (SDN) e virtualização de funções de rede (NFV), ainda que em passos iniciais. "Mesmo que tenham ambiente com vários vendors, o sistema SDN consegue fazer provisionamento de diversas camadas, como a DWDM e a camada IP, através de um único comando", explica. Com a implantação de sistemas de AI, é possível se antecipar a isso. E no futuro, as camadas de inteligência vão ser trabalhadas para permitir que novas aplicações sejam criadas. "Você passa a ter visibilidade do serviço do cliente final de forma muito mais simples."

A tecnologia de inteligência artificial em redes é uma das apostas da Ciena para o Brasil. Patrícia Vello diz que a expectativa é de melhora na situação macroeconômica, e, por isso, espera um crescimento "bastante interessante" na empresa. Para tanto, corre atrás de market share. "Nossa estratégia é construir esse caminho de crescimento com relacionamento com cliente que temos hoje, oferecendo opção", diz. "A Ciena tem se posicionado como vendor parceiro que trabalha com operadora para ela ter poder de decisão, é um caminho de abertura, um pouco diferente dos nossos concorrentes no mercado", avalia.

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