Em conferência de resultados do segundo trimestre realizada nesta quinta-feira, 15, pela Oi, a operadora indicou que pretende concluir a venda da unidade de clientes de fibra (a ClientCo) no início de 2025. Já a conclusão de venda de fatia de 17% da empresa na V.tal ficaria para 2026.
No caso da ClientCo, a empresa está preparando para os próximos dias o edital para segunda rodada do processo (após insucesso na primeira rodada, que teve proposta única da Ligga rejeitada). A audiência da Justiça para o leilão será realizada em 15 dias após a divulgação do novo documento.
Diretor jurídico da Oi, Thalles Paixão recordou que na segunda rodada, não haverá mais o preço mínimo de R$ 7,3 bilhões pelos ativos. Assim, poderão ser realizadas propostas com formas de pagamento alternativas, como dinheiro, ações ou compensação de créditos contra a Oi.
Após a nova audiência, uma proposta vencedora poderia ser "adjudicada" ainda em setembro, com fechamento da operação no início de 2025, indica a empresa. Por se tratar de um mercado de banda larga bastante fragmentado, não são esperadas complicações ou tempo longo para aprovação da operação pelas autoridades competentes, indicou a Oi.
Vale lembrar que em caso de não surgimento de interessados pela ClientCo em segunda rodada com propostas aceitas pelos credores, a V.tal deve ficar com os ativos. Hoje a unidade de clientes de fibra da Oi da tem 4,3 milhões de acessos em 296 cidades. No segundo trimestre de 2024 a operação somou R$ 1,094 bilhão em receitas.
Fatia na V.tal
A fatia de 17% da Oi na V.tal também está na lista de venda de ativos para pagamento de compromissos da recuperação judicial. Neste caso, a conclusão da operação é esperada para 2026.
Na conferência desta quinta, a diversificação de receitas da operadora de redes neutras foi considerada boa notícia pelo comando da tele. Apesar de ainda ter a Oi como âncora, o fato da V.tal ter conquistado novos contratos e avançado no "mercado de alto potencial" de data centers foi destacado.
Nesta semana, o próprio balanço da V.tal apontou que a participação da Oi na receita bruta da empresa controlada pelo BTG Pactual passou de 80% para 68%, reduzindo a relevância do uso pela Oi das redes neutras da empresa.
Na época da apresentação do plano de recuperação judicial, a Oi valorou os 17% na V.tal em R$ 8 bilhões. Mas há um fator importante a ser levado em conta: caso a empresa de redes fique mesmo com a ClientCo, parte do pagamento ocorrerá em equity, o que pode levar a participação da Oi na V.tal para até 27,5%.
Em paralelo, a Oi também se movimenta para realizar a venda de até 7,9 mil imóveis.
Oi pretende 'monetizar' 7,9 mil imóveis após migrar concessão