Oi pretende 'monetizar' 7,9 mil imóveis após migrar concessão

Fachada da Oi no Rio de Janeiro. Foto: Divulgação

A lista de ativos imobiliários que a Oi pretende monetizar como parte de seu plano de recuperação judicial incluiu 7,9 mil terrenos e edifícios com valor de mercado estimado em R$ 5 bilhões, indicou a companhia nesta quinta-feira, 15.

Os dados foram apresentados pelo comando da Oi durante conferência sobre resultados do segundo trimestre realizada nesta quinta-feira, 15. A venda dos imóveis, nota-se, depende do acordo definitivo para adaptação da concessão de telefonia fixa da tele – algo que no momento depende de aval da Advocacia-Geral da União (AGU).

O projeto de monetização da carteira, contudo, já está em desenvolvimento. A Oi pretende contratar consultores com "expertise" no mercado imobiliário para acelerar e executar as vendas em grande escala dos imóveis detidos, que podem ser realizadas por áreas.

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Segundo a CFO da Oi, Cristiane Barretto, a carteira de 7,9 mil imóveis é composta principalmente por terrenos e edifícios que eram utilizados na prestação de serviços pela tele, mas que passaram a estar disponíveis em meio ao redirecionamento estratégico da rede de telefonia fixa.

Na lista também constam 50 imóveis com valor de mercado superior a R$ 35 milhões, indicou Baretto nesta quinta. No geral, a cifra de R$ 5 bilhões foi calculada em laudo de avaliação de ativos emitido pela Ernst & Young no bojo do plano de recuperação judicial da Oi.

Dessa forma, a empresa mira uma estratégia de vendas segmentada pelos valores. Além do grupo com valores acima de R$ 35 milhões, haverá categoria de imóveis entre R$ 10 milhões e R$ 35 milhões, e uma terceira com ativos avaliados em menos de R$ 10 milhões.

Vale ressaltar que a venda será acompanhada de condicionantes, como possível parcela de utilização pela V.tal por comodato e eventuais custos de realocação. O valor líquido dos imóveis ainda deverá considerar os custos de desmobilização da infraestrutura existente instalada nos mesmos, ao passo que parte dos imóveis também serão garantias em negociações travadas pela Oi ao lado de parceiros de torres e satélites.

A possibilidade da Oi dispor e monetizar tais imóveis está diretamente relacionada à migração do contrato de concessão de telefonia fixa (STFC) da empresa para o modelo privado. Hoje, os ativos ainda são considerados bens reversíveis, que deveriam retornar à União após o término da concessão da Oi, em 2025, para assegurar a continuidade da prestação de serviços de telefonia fixa. Acontece que muitos desses imóveis não têm mais nenhuma relação com a operação de telefonia.

Neste sentido, um acordo com a Anatel, Ministério das Comunicações e Tribunal de Contas da União (TCU) abriu caminho para a Oi ter direito de dispor dos ativos, mediante compromissos de investimento que serão assumidos majoritariamente pela V.tal. Os termos ainda dependem de aval da AGU, algo esperado pela Oi para o próximo mês de setembro, segundo o CEO da tele, Mateus Bandeira.

Oi espera aval da AGU em setembro para acordo sobre concessão

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