Com a venda de ativos durante o processo de recuperação judicial da Oi, a Oi Soluções, divisão focada nos clientes B2B da operadora, será a única atividade remanescente. No entanto, a unidade vive retração significativa dos negócios, como evidenciado no segundo trimestre de 2024.
A receita líquida da divisão registrou queda de 23% nos três meses até junho, para R$ 449 milhões. Os destaques nas perdas foram os serviços "legados" tradicionais de telecom (-18%) e outras receitas (-36%), que incluem serviços ou soluções descontinuados do portfólio. No semestre, o recuo da divisão completa foi de 21%, para R$ 923 milhões.
Em call com analistas nesta quinta-feira, 15, para comentar o desempenho da tele no período trimestral, o CEO Mateus Bandeira afirmou que a companhia tem aplicado uma estratégia comercial de priorizar margens e focar em segmentos com maior potencial de receitas na divisão B2B.
É o caso das receitas com serviços de TICs além da conectividade – o que inclui cloud (que avançou 161% no trimestre), comunicação e colaboração unificadas (+17%) e cibersegurança (+14%).
Ainda assim, mesmo as receitas com os novos serviços de TIC apuraram perdas: de 24,2% entre abril e junho, para R$ 130 milhões, e de 17,3% no semestre, somando R$ 269 milhões.
Além disso, a parte de telecom tradicional nas receitas da Oi Soluções subiu de 53% para 56%, entre o segundo trimestre do ano passado e igual período de 2024, enquanto a parte de novas soluções em TIC permaneceu com os mesmos 29%. Já as outras receitas saíram de 18% para 15%.
Bandeira, contudo, buscou justificar o movimento. "A companhia tem direcionado esforços para alavancar as vendas em verticais de alto crescimento e vem implementando ações específicas para mitigar efeitos de uma abordagem comercial mais seletiva".
"Nesse sentido, o cross-selling para clientes atuais e o desenvolvimento de novos projetos já resultaram em um aumento de R$ 20 milhões nos nossos períodos de vendas nesse período", completou o CEO, aos analistas.
Diretor de estratégia e transformação da Oi, Rogerio Takayanagi, também explicou o movimento na Oi Soluções. "Apesar de ter uma infraestrutura muito abrangente, os clientes interessados pela telefonia fixa, em particular, e dados sobre cobre têm diminuído muito rapidamente". O executivo também projetou um cenário de expectativas positivas.
"A nossa unidade de Oi Soluções é uma unidade bastante robusta, com mais de R$ 2 bilhões de faturamento (no ano), e que tem feito essa transformação de alavancar a conectividade" , completou Takayanagi, lembrando que a Oi tem em carteira B2B um número relevante de grandes grupos econômicos e governos. Ao todo, a carteira da divisão tem 40 mil clientes.
"Em cima disso, partiremos para a venda de serviços mais inovadores como cloud, comunicações unificadas e cibersegurança". Esses serviços tendem a ser mais leves do ponto de vista de investimento, reduzindo a necessidade de queima de caixa para financiar o crescimento, nota.
"A gente acredita que esse posicionamento que temos com Oi Soluções é bastante único no País para voltar a crescer a receita com esse novo foco da Nova Oi", finaliza Takayanagi.
A oi está dificultando instalação ponto a ponto de serviços corporativo e instalando somente em soluções gpon