A Feninfra, que desde o início das discussões sobre a política de desoneração da folha de pagamentos foi uma das entidades mais ativas em defesa do alívio tributário para os setores empregadores, não gostou nem um pouco de uma das medidas compensatórias colocadas pelo senador Jaques Wagner (PT/BA) em seu relatório sobre o projeto de transição e reoneração da folha de pagamentos: Wagner propôs que os setores beneficiados pela desoneração assegurem a manutenção dos empregos enquanto gozarem do benefício.
A Feninfra representa as empresas que fazem instalação e manutenção de redes, e empresas de teleatendimento, que são diretamente responsáveis por milhões de empregos e que estão entre as beneficiadas pelas regras de desoneração.
"A exigência de manutenção de quantitativo igual ou superior de funcionários, mais uma vez, vem ferir de morte a desoneração". Segundo Vivien Suruagy, presidente da entidade, a garantia de empregos só pode ser uma contrapartida a uma garantia de manutenção dos contratos das empresas. "Nossas receitas dependem da manutenção de contratos, da quantidade de serviços, de preços reajustados… Se o governo garantir isso, seria viável esta exigência de manutenção dos empregos, mas sem isso é impossível', diz a empresária
"Obviamente, nem o governo nem ninguém consegue nos dar esta esta garantia. Por isso, pedir a manutenção da quantidade de colaboradores como uma contrapartida a algo que existe justamente para dar saúde para as empresas contratarem é descabido. É uma forma disfarçada de, mais uma vez, acabar com a desoneração, sacrificando sem pudor, os empregos de tantos trabalhadores', diz Suruagy.