Completando em agosto um ano da marca V.tal, a operadora de fibra óptica está somando mais de 40 clientes na sua solução de rede neutra. Boa parte dos usuários está em fase de integração, mas mais da metade deles já estão ativando banda larga na casa do consumidor final por meio da parceria.
Os números foram revelados pelo diretor de marketing da V.tal, Rafael Marquez, durante entrevista para TELETIME. "É impressionante como, de um ano para cá, o mercado tem se mostrado cada vez mais entusiasmado com o modelo", afirmou o executivo. "Como em qualquer novidade, há desbravadores e seguidores, com atuais clientes atraindo novos parceiros".
No caso dos provedores regionais, a V.tal tem realizado uma "peregrinação" no ecossistema do segmento que teve passagem por eventos em Gramado (RS) e Salvador como capítulos mais recentes. Em paralelo, o interesse de grandes grupos de telecom no uso das redes neutras também começa a se tornar realidade. Na semana passada, a Claro revelou que avalia parcerias com empresas da área.
"Ficamos felizes de ouvir de parceiros de todos os portes que o modelo está sendo analisado. A rede neutra tem um caráter inclusivo de valor tanto para o pequeno quanto para a operadora nacional", declarou Marquez. Na ocasião, o diretor de marketing da V.tal também saiu em defesa da precificação de ofertas realizada pelo segmento.
"Se estamos lançando com vários parceiros é porque a racionalização [de preços] acontece e é colocada em prática. Não à toa temos essa quantidade de parceiros e todo mundo consegue ser remunerado: o cliente [final] tem Internet a preço justo, operadora tem sua margem e a gente também. Com cada um fazendo a sua parte, a conta fecha para todo mundo", afirmou Marquez.
Atacado
Além do negócio de redes neutras, a V.tal também segue atuando no mercado de atacado, onde, segundo o diretor de marketing, a empresa conta com 300 Gbps de capacidade em prontidão para conectar clientes.
A oferta da empresa no segmento tem sido complementada com a da Globenet – que compartilha o mesmo controlador que a V.tal (o banco BTG Pactual). Ainda que do ponto de vista societário a integração entre a empresa de redes neutras e a operadora de cabo submarino não tenha ocorrido, no âmbito comercial, benefícios já estão sendo colhidos.
"Em termos de negócios já estamos usufruindo dessa sinergia", afirmou Marquez, citando iniciativas comerciais conjuntas das duas empresas, como ofertas e a participação em eventos. "A junção de cabo submarino, data center e fibra terrestre vai apresentar uma experiência ainda melhor", afirmou Marquez.
Além do sistema internacional de fibras e data centers em Fortaleza e Barranquilla (Colômbia), a Globenet está investindo em um data center em Porto Alegre que deve entrar em operação comercial a partir do ano que vem. Além de provedores regionais, empresas de conteúdo e OTTs também surgem como mercado potencial para as parceiras.
Outro segmento da infraestrutura onde a V.tal também está inserida é o da conexão de torres com fibra. Segundo Marquez, estimativas apontam que apenas um terço das antenas brasileiras são interligadas pela tecnologia óptica atualmente. "Com o lançamento do 5G, há uma oportunidade muito interessante de potencializar".
Marcas
Em junho, a venda do controle da V.tal pela Oi ao BTG Pactual foi concluída. Há pouco mais de um mês, a empresa atingiu a marca de 17 milhões de casas cobertas (homes-passed, ou HPs) com fibra óptica em todo o País.
Hoje, o grupo soma mais de 3,5 mil funcionários, incluindo os da Globenet. Rafael Marquez nota que a operação da empresa de infraestrutura precisa ser a mais enxuta possível, o que não impede que haja um bom número de vagas em aberto (100 atualmente) para contratações dentro dos próximos três meses.