Os equipamentos de telecomunicações aparecem com as maiores quedas de desempenho entre os diferentes segmentos da indústria eletro-eletrônica no primeiro semestre deste ano. De acordo com o balanço divulgado pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), os produtos destinados ao setor tiveram uma queda de faturamento de 46% no segundo trimestre em relação a igual período do ano passado, contribuindo para que toda a indústria apresentasse uma evolução de apenas 2%.
Com estes resultados, a indústria reviu as estimativas feitas no início do ano para o faturamento de 2002, de um crescimento de 7% para 0%. Ou, em outras palavras, a indústria de eletro-eletrônicos deve apresentar este ano o mesmo faturamento de R$ 58 bilhões de 2001. A queda esperada no faturamento para as telecomunicações deve ficar ainda pior que o previsto inicialmente, de 34% para 42%.
A ocupação da capacidade produtiva dos fornecedores de equipamentos para telecomunicações caiu de 94% para 38% entre junho de 2001 e junho último. O comportamento das vendas no segundo trimestre de 2002 foi pior do que o esperado para 76% das indústrias de telecomunicações.
O presidente da Abinee, Carlos de Paiva Lopes, enumera como principais razões deste mau desempenho a alta do dólar, incertezas quanto à sucessão presidencial, crise argentina, incertezas quanto à recuperação econômica dos Estados Unidos e, especificamente nos últimos quinze dias, a falta de crédito. Na área de telecomunicações, a guerra de liminares entre Embratel, Telefônica e Telemar ajudaram a piorar o quadro, atrasando os esperados projetos de expansão de atividades das operadoras locais, que conquistaram novas autorizações após antecipar no ano passado suas metas de universalização.