Após crescimento na pandemia, Dicomp aproveita avanço da banda larga e do 5G

CEO da Dicomp, Filipe Favoto. Foto: Divulgação

Como fornecedora de produtos de infraestrutura de rede como fibra e equipamentos WiFi, a Dicomp enxerga oportunidades nos dois maiores expoentes de investimentos do setor de telecomunicações no momento: a estrutura para prestadoras de pequeno porte (PPPs) e para rede de transporte para as antenas do 5G. Mesmo com a previsão de estabilidade ao longo de 2022, essas áreas são de bastante interesse para o CEO da empresa, Filipe Favoto, em entrevista ao TELETIME.

A companhia paranaense (com sede em Maringá) afirma ter conseguido um "importante crescimento" no período mais forte de pandemia, quando ocorreu a explosão do trabalho remoto (home office) e a consequente demanda por conexão. Foi quando a Dicomp diz ter aumentado a participação de mercado ao vender mais fibra óptica e ativos de WiFi, entre outros. "Apenas em 2021, por exemplo, vendemos 70 mil km de fibra. Em 2022 estamos vendo uma estabilidade desse mercado, que continua em crescimento, mas não tão acelerado como no ano anterior." Ajudou também que o mesmo período mostrou avanço de 335% no setor de energia solar, tanto de pessoas físicas como empresas.

Com a perspectiva de que a venda de fibra continue intensa nos próximos quatro anos, ele imagina que possa existir até um aumento dos negócios acompanhando a inflação, que tem se mantido alta ao longo do ano. Assim, na visão de Favoto, a estabilidade do mercado acontecerá também por conta de aquisições e fusões de provedores médios e grandes – um exemplo são as notícias desta sexta-feira, 15, de que a FiBrasil, companhia de rede neutra da Vivo, planeja adquirir a provedora Vero. "A Dicomp tem se posicionado muito bem nesse cenário, temos conseguido fornecer nossos produtos aos clientes, mantendo-se no mercado de forma saudável", declarou ele a este noticiário. 

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O executivo elenca também o 5G, concluindo que a tecnologia pode ser um motor de crescimento com a necessidade de backhaul para a rede de acesso. "Vai ocorrer compartilhamento de rede, atualização da rede de fibra óptica para as mais atuais e depois vamos observar a migração da fibra indoor, que será cada vez mais comum."

Redes fixas

Outro o fator é o "fortalecimento das operadoras, que começaram se preocupar bastante com os provedores de Internet". No lado das PPPs, também há a preocupação de expansão da base e de passar a oferecer mais do que apenas a conexão pura para se manterem competitivas, como a oferta de serviços de Internet das Coisas. "Neste sentido, a gente consegue agregar os serviços de nossas outras verticais, como CFTV [circuito interno de câmeras de segurança], a parte de energia solar e de automação. Portanto, buscamos adotar esse tipo de estratégia para aumentar o ticket médio desse provedor", disse Favoto.

Conforme explica o CEO, essas companhias de rede neutra não afeta o mercado da Dicomp, uma vez que essas empresas abririam "novas oportunidades de produtos e equipamentos", em cima dessa infraestrutura. "A partir do momento em que o provedor começa a trabalhar com a rede de um terceiro, ele precisará se adaptar à essa rede. Então, teremos a possibilidade de aumentar o mix de produtos."

Semicondutores

Perguntado por este noticiário se o cenário atual de desabastecimento na cadeia de fornecedores globais, Filipe Favoto confirmou haver desafios, mas conta que o planejamento manteve um estoque ainda mais abastecido para garantir mais segurança e solidez. Outros cenários externos também estão sendo observados.

"Realizamos operações de head para não ficarmos vinculados a uma única operação de dólar, por exemplo. A questão da guerra da Ucrânia também deixa o mercado em alerta, mas estamos nos mantendo sempre atentos, acompanhando o cenário frequentemente e mantendo nossos estoques em níveis mais altos para suprir o abastecimento dos nossos clientes da melhor forma possível", garante.

ESG

Como é parte importante do negócio, a fornecedora enxerga na energia renovável uma "oportunidade de maximizar as vendas", ainda que não seja o produto principal. Ele justifica: "Primeiro porque os provedores de Internet são muito estáveis. E segundo porque eles querem cada vez mais diminuir a despesa operacional deles e a energia renovável se tornou um bom instrumento, uma ótima forma de realizar isso". 

Da mesma forma, a companhia afirma haver preocupação com as diretrizes ESG dentro de casa. "Apesar de sermos uma empresa familiar, estamos plenamente atentos com a governança, criando métodos de gestão e nos preocupando com a meritocracia. O fator ambiental também, não só por ter a questão do segmento de energia solar, mas também pela parte de resíduos que a gente gera. Inclusive, estamos construindo uma sede administrativa nova. Estamos preocupados com a questão de iluminação, de reaproveitamento de água e, quando falamos em produto, também estamos buscando solução para a área agro, que incentiva reduzir o desperdício", destacou Favoto.

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